O desrespeito às vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiência continua sendo um desafio grave em Belo Horizonte. Somente em 2025, mais de 3.600 multas foram aplicadas por uso irregular desses espaços, segundo dados divulgados pela Empresa de Transportes e Trânsito da capital (BHTrans).
A enfermeira Melissa Santos, que possui deficiência física adquirida e utiliza a credencial há 20 anos, relatou que em 80% das vezes que tenta usar uma vaga, ela já está ocupada — e, na totalidade desses casos, por motoristas sem a devida autorização. “Muitos usam credenciais de idosos ou simplesmente não têm nenhuma. A gente perde tempo, roda demais e acaba tendo que procurar outro lugar”, desabafa.
Estacionar em vagas reservadas sem a credencial obrigatória é infração gravíssima, com penalidade de R$ 293,47 de multa, sete pontos na CNH e remoção do veículo. Ainda assim, muitos ignoram a lei. “Tem gente que não se importa com a punição. Acredito que as penalidades deveriam ser ainda mais rígidas”, defende Melissa.
De acordo com a BHTrans, Belo Horizonte possui hoje 1.310 vagas destinadas a pessoas com deficiência, sendo 627 em áreas rotativas e 683 em locais livres. Mesmo assim, usuários relatam dificuldade constante para estacionar.
Gasparino Rodrigues, de 58 anos, e Aloísio Eustáquio, ambos aposentados e moradores da capital, também criticam o descaso. “É falta de educação e respeito. A pessoa com deficiência muitas vezes está sozinha e precisa dessas vagas. Elas existem por um motivo”, afirma Aloísio.
A situação expõe não só a falta de consciência social, mas também levanta a discussão sobre a necessidade de fiscalização mais efetiva e ações de educação no trânsito para garantir o direito de quem realmente precisa.
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Foto: Prefeitura de BH
Fonte: Rádio Itatiaia / BHTrans