O mundo atingiu ontem a marca de 3 bilhões de vacinas contra a covid-19 aplicadas. É o que reporta a agência de notícias AFP e o Our World In Data, plataforma de dados da Universidade de Oxford, no Reino Unido. A nova marca aponta que 23,3% da população mundial já recebeu alguma dose contra o coronavírus. O montante, no entanto, não demonstra quantas pessoas receberam as doses, já que a maioria das vacinas é administrada em duas etapas.
Apesar da porcentagem de vacinados ainda estar longe das metas de imunizar 70% da população mundial, a distribuição das doses ganhou fôlego no mundo nas últimas semanas. De acordo com a AFP, foram 20 semanas para que o primeiro bilhão de doses fosse distribuído. Já a marca recente do terceiro bilhão necessitou de apenas quatro semanas para ser batido.
Até o momento, os países que mais aplicaram vacinas foram: China (1,2 bilhão), Índia (329 milhões) e Estados Unidos (324 milhões).
Já entre os países que se destacaram por vacinar mais de 45% da população estão Chile, Reino Unido, Uruguai, Catar, Estados Unidos e Mongólia. Na UE (União Europeia), a plataforma de Oxford estima, segundo dados oficiais, que o bloco já aplicou 357 milhões de imunizantes.
Mas a universidade faz alerta de que a imunização continua desigual, principalmente em países pobres. Enquanto nos países ricos uma a cada 79 pessoas foi imunizada, os índices mudam para uma a cada 100 em nações de renda baixa e média.
O Brasil, por exemplo, aplicou ao menos uma dose da vacina em apenas 21% da população. Já os brasileiros completamente imunizados com as duas doses somam 12%.
A vacina AstraZeneca é o imunizante mais utilizado globalmente até o momento. De acordo com a AFP, oito em dez países utilizam a dose. Em seguida, está a vacina Pfizer, Sinopharm, Moderna, Sputnik V, Jannsen, e por fim, a Sinovac.
Variante faz relaxamento ser repensado
A variante delta do coronavírus, identificada pela primeira vez na Índia, acendeu um alerta de preocupação entre autoridades sanitárias internacionais. A rápida disseminação do vírus em relação ao primeiro coronavírus identificado fez com que países retomassem medidas de restrições para frear o contágio da doença.
Em Los Angeles, cidade do estado norte-americano da Califórnia, autoridades pediram que as pessoas voltem a usar máscara voluntariamente apesar do seu status de vacinação. Isso porque, mesmo após observar uma queda no número de novos casos e retornar o “velho normal”, novos picos de contaminação chamaram a atenção do governo local.
Segundo o CDC (Centro de Controle de Doença Infecciosas nos EUA), a cepa delta é responsável por uma a cada cinco novas infecções no país. A variante agora é classificada pelo FDA (espécie de agência sanitária norte-americana) como “preocupante”.
No mesmo rumo da Califórnia, outras autoridades no mundo resolveram voltar restrições por “precaução”. Na Austrália, um surto de covid-19 em quatro grandes cidades fez com que o país retomasse o lockdown em Sidney, Perth, Brisbane e Darwin.
Em Bangladesh, país localizado na Ásia Meridional, soldados se preparam para voltar às ruas e patrulhar habitantes para respeitarem ordens de ficar em casa. De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde local, Robed Amin, a variante delta está “dominando as infecções” no país e corresponde a 60% dos novos casos.
Apesar do sucesso de vacinação, Israel também decidiu retomar o uso de máscaras em locais internos para frear a nova cepa.