Um estudo recente realizado no Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia confirmou que a musculação pode ser uma aliada na proteção do cérebro contra a demência em idosos. A pesquisa acompanhou indivíduos com comprometimento cognitivo leve e revelou que a prática de exercícios de força preserva áreas cerebrais afetadas por doenças neurodegenerativas.
Publicado em uma revista científica internacional, o estudo demonstrou que a musculação realizada duas vezes por semana, com intensidade moderada ou alta, ajudou a preservar o hipocampo e o pré-cúneo, regiões associadas à memória e ao raciocínio. Além disso, os pesquisadores observaram uma melhora na substância branca do cérebro, estrutura fundamental para a comunicação entre os neurônios.
Os resultados indicam que, após seis meses de prática regular, todos os participantes que realizaram os exercícios apresentaram melhora na memória e na anatomia cerebral. Em alguns casos, houve até a reversão do diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, o que reforça o impacto positivo da musculação na saúde mental e na qualidade de vida.
Especialistas ressaltam que o envelhecimento está naturalmente associado à perda de força, equilíbrio e massa muscular. Entretanto, pesquisas recentes mostram que o treinamento de resistência pode retardar esses processos e garantir maior independência para os idosos no dia a dia. Esse conhecimento tem levado a uma mudança na recomendação médica, que antes priorizava atividades como hidroginástica e dança para essa faixa etária.
A inclusão de profissionais de educação física nas unidades básicas de saúde é vista como uma estratégia essencial para ampliar o acesso a atividades físicas e promover a saúde preventiva. A integração entre médicos, fisioterapeutas e educadores físicos pode contribuir para a adoção de políticas públicas mais eficazes no combate à demência e outras condições relacionadas ao envelhecimento.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil