Na contramão da inflação, 43 alimentos ficaram mais baratos no último ano; veja quais são

Por Dentro De Tudo:

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O aumento dos preços dos alimentos tem sido uma das maiores preocupações dos brasileiros, com a categoria de alimentação e bebidas registrando alta de 7,25% nos últimos 12 meses, superando a inflação geral do país, que ficou em 4,5%. No entanto, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 43 alimentos tiveram queda de preço no período, contrariando a tendência geral de aumento.

Esses produtos representam menos de um quarto dos 176 itens avaliados pelo IBGE, incluindo feijão, frutas e verduras, mas deixando de fora itens essenciais como arroz e carnes, que continuam pesando no orçamento das famílias.

Por que a sensação de alta nos preços continua?

O economista Fernando Duarte, supervisor técnico do Dieese-MG, explica que, mesmo com alguns alimentos mais baratos, a percepção do consumidor continua sendo de aumento.

“Temos que lembrar que existe um peso de cada produto na inflação. Alguns alimentos são mais sentidos pela população, como carnes, que representam uma grande parte do orçamento das famílias. Quando eles aumentam, o impacto é muito maior”, explica Duarte.

O economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), complementa que a redução nos preços de frutas e verduras não gera um alívio significativo para o consumidor.

“Boa parte dos alimentos que registraram queda nos últimos 12 meses tem pouco impacto no orçamento familiar. Ovos, feijão e alguns tipos de peixe ficaram mais baratos, mas carnes, café, leite e óleo de soja subiram, e esses são os produtos que mais pesam no bolso do brasileiro”, afirma.

Entre os produtos com maior variação negativa, destaca-se o feijão carioca, que teve queda de -17,77%. Já os ovos de galinha registraram redução de -1,91%, enquanto as carnes de boi e porco subiram 21,17%, mantendo-se como um dos principais fatores de pressão no orçamento das famílias.

A percepção do consumidor

Além do impacto direto no orçamento, o economista Fernando Duarte aponta que os consumidores tendem a se lembrar mais das altas do que das quedas de preço.

“Mesmo que os ovos tenham diminuído de preço nos últimos 12 meses, observamos agora uma alta recente nos supermercados. Se você disser ao consumidor que os ovos ficaram mais baratos no último ano, ele pode rebater dizendo que na semana passada o preço subiu, e que a inflação está errada”, explica.

Apesar da lista de 43 alimentos mais baratos, o aumento generalizado dos principais produtos consumidos no dia a dia faz com que a sensação de alívio seja mínima.

Crédito da matéria: Gabriel Rodrigues | O TEMPO

Crédito da foto: New Africa | Shutterstock

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