Negros têm quase três vezes mais risco de assassinatos no Brasil

Por Dentro De Tudo:

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O programa Profissão Repórter, exibido nesta terça-feira (30), trouxe à tona mais uma vez a dura realidade da violência racial no Brasil. De acordo com dados recentes, pessoas negras têm quase três vezes mais chances de serem assassinadas em comparação à população branca.

Entre os casos abordados está o de Felipe Moraes, de 29 anos, morto a tiros por um segurança em um supermercado de Santo André, na Grande São Paulo, em agosto. Conhecido na região como artista, capoeirista e artesão, Felipe teve sua vida interrompida após uma abordagem violenta. Familiares relatam que ele sempre foi julgado pela aparência.

O programa também voltou a Porto Alegre, cinco anos após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas dentro de uma unidade do Carrefour, em 2020. O caso gerou indignação internacional, comparado à morte de George Floyd, nos Estados Unidos, e impulsionou o movimento “Vidas Negras Importam” no Brasil. Na época, seis pessoas foram acusadas de homicídio triplamente qualificado, mas uma decisão recente da Justiça retirou a motivação racial, transformando a denúncia em homicídio duplamente qualificado. A família de João Alberto considerou a decisão um retrocesso.

Especialistas e ativistas ressaltam que situações de perseguição e desconfiança contra pessoas negras em estabelecimentos comerciais ainda são comuns. Para o deputado estadual Matheus Gomes, integrante do movimento negro em Porto Alegre, o problema reflete o racismo estrutural enraizado no país.

Em nota, o Carrefour afirmou que a morte de João Alberto transformou a empresa, reforçando o compromisso com inclusão, diversidade e o combate ao racismo estrutural.

Os relatos apresentados pelo Profissão Repórter evidenciam que, apesar de avanços nas discussões sobre igualdade racial, a violência contra pessoas negras permanece como uma das maiores expressões do racismo no Brasil.

Fonte: Profissão Repórter / TV Globo

Foto: Reprodução

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