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Nova onda de Covid pode durar 2 meses, mas deve ser diferente das anteriores

Por Dentro De Tudo:

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alta de casos de Covid-19 registrada no Brasil nas últimas semanas pode ser o começo de uma nova onda de infecções no país, avaliam pesquisadores. Ela não causa a avalanche de internações e óbitos de momentos anteriores da pandemia, mas tem potencial para se arrastar por semanas e disseminar a nova subvariante Éris.

O aumento começou a ser registrado há cerca de duas semanas, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o médico Alberto Chebabo. “As ondas têm durado entre seis a oito semanas, no máximo. Como já tem duas, todo esse processo pode durar, a partir de agora, de quatro a seis semanas”, pontua. O infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, concorda: “a única hipótese para que isso aconteça é baseada nas ondas anteriores”.

Uma nova onda da pandemia não significa necessariamente o caos que ocorreu nos momentos mais agudos da crise sanitária, especialmente com a maior parte da população vacinada, e boa parte também com um histórico de infecções anteriores. Na perspectiva do pesquisador Marcelo Bragatte, do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que monitora a taxa de positividade de testes de Covid no Brasil, a nova alta de casos sequer deveria ser considerada uma onda.

“Começamos a usar ‘onda’ no sentido epidemiológico nesta pandemia, porque ela vinha em ondas, uma atrás da outra. Sem sombra de dúvida, esta não será uma onda na dimensão das anteriores. É um aumento de casos, como vemos com o vírus da Influenza, com surtos da doença. São alguns surtos em locais do Brasil em diferentes momentos, que terão novamente pessoas infectadas”, diz. Desde o começo da pandemia, o coronavírus tem se revelado resiliente e circulado mais intensamente em diferentes épocas de cada ano. Ele não tem, ainda, uma sazonalidade tão marcada quanto a da gripe, por exemplo.

O secretário estadual de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, também avalia que a alta de casos atual é diferente das que ocorreram antes. “Está vindo uma nova onda e ela deve ser pequena, perto das outras. Temos a arma principal: vá ao posto de saúde se vacinar”, diz.

Subvariante Éris

A alta de casos de Covid-19 no Brasil pode estar relacionada à nova subvariante Éris, mas não é possível definir isso com certeza por enquanto. “Não conseguimos fazer a afirmação de que o aumento nacional é devido à variante EG.5 [Éris] sem investimento em vigilância genômica”, sublinha o pesquisador do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Marcelo Bragatte.

Entre nove Estados avaliados pelo ITpS, Minas apresentou a maior taxa de positividade de testes de Covid, de 20,4% — a média nacional é 15,3%. Bragatte explica que o percentual de Minas já estava no patamar de 20% nas últimas semanas e que, caso se mantenha nesse nível, é preocupante.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) afirma que não tem confirmação da subvariante em Minas e que monitora seu surgimento. “Atualmente, o cenário da Covid-19 em internações demonstra-se positivo em relação ao mesmo período de anos anteriores, com baixo número de casos e óbitos, cenário que foi atingido mediante as medidas de prevenção e controle adotadas de forma oportuna”, destaca, em nota.

“São infecções leves, de quadros gripais, principalmente devido à vacinação. A Éris é subvariante da Ômicron, então as vacinas continuam funcionando contra quadros graves, internações e, principalmente, mortes. E, hoje, temos tratamento contra a Covid, inclusive na rede pública”, completa o infectologista Alberto Chebabo.

O cenário, concordam os pesquisadores consultados pela reportagem, não exige adoção de máscara por toda a população, mas é interessante que pessoas com a saúde mais frágil — como idosos, imunossuprimidos e quem está tratando um câncer — utilizem o item de segurança. O pesquisador Marcelo Bragatte também faz um apelo: “quem está sintomático tem que começar a usar máscara para que todos não tenham que usar”.

Fonte: O Tempo.

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