Cientistas testaram, com eficácia, uma nova quimio, que aplica uma injeção de anticorpos direto nos tumores com câncer. Ela atinge diretamente as células doentes, resguarda as saudáveis e tem menos efeitos adversos.
A FDA, a agência sanitária norte-americana, já autorizou a aplicação em pacientes. Aplicada diretamente nas células doentes, ela destrói os tumores e também protege ao redor, com maior segurança para a área saudável.
“É como um cavalo de Troia”, disse o Dr. Giuseppe Curigliano, copresidente do programa terapêutico experimental do Instituto Europeu de Oncologia na Itália. “O anticorpo pode se ligar especificamente a uma região alvo e, uma vez que haja a ligação, você pode levar a quimioterapia para dentro das células cancerígenas”, afirmou.
Efeito adverso bem menor
Na prática, as células tumorais viram alvos do “ataque da medicação”, que atinge também a área ao redor delas, mas sem afetar aquelas que são saudáveis.
Como são medicamentos avançados, a ideia é que os efeitos adversos sejam bem menores do que os observados nos tratamentos tradicionais.
Técnica aperfeiçoada
De acordo com os pesquisadores, a abordagem não é inteiramente nova porque há duas décadas foi desenvolvido um método semelhante para tratar leucemia mieloide aguda – um tipo de câncer no sangue.
Porém, neste novo estudo, a técnica foi aperfeiçoada para ampliar o tratamento para os cânceres de mama, pulmão, colo do útero e ovários, e mais de 100 estão em desenvolvimento clínico.
Para os oncologistas, essa nova quimio é bastante eficiente ao permitir que os medicamentos destruam as células cancerígenas com mais precisão.
Uma nova pesquisa sobre dois diferentes conjugados de anticorpos e medicamentos, verificou que os tratamentos ajudaram pacientes com mieloma múltiplo e câncer de mama a viver mais sem que seus cânceres progredissem ainda mais.
Idosa faz a nova quimio
A paciente Para Rose Fish, de 79 anos, da Flórida, nos Estados Unidos, foi submetida ao novo tratamento de quimio. Segundo ela, os efeitos adversos foram mais controláveis do que com a quimioterapia padrão, incluindo menos vômitos e perda de cabelo.
A idosa foi diagnosticada com câncer de mama em 2011. Após cirurgia, quimioterapia e radiação, ela ficou livre do câncer até 2020, quando descobriu que o câncer havia retornado e se espalhado para seu fígado e ossos.
Porém, o câncer deixou de responder à quimioterapia tradicional. Foi então que o oncologista, do Moffitt Cancer Center, buscou usar o conjugado de anticorpo e medicamento, segundo reportagem de NBC News.
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Medicamentos contra o câncer
Os medicamentos normais contra o câncer funcionam matando células tumorais, mas, embora eficazes, causam efeitos adversos porque não conseguem discriminar entre as células doentes e as saudáveis.
Já os chamados conjugados de anticorpos e medicamentos são projetados para atacar apenas células cancerígenas por causa de uma adição de anticorpos monoclonais, que buscam alvos específicos nas células cancerígenas.
A administração do medicamento diretamente na célula permite que os médicos usem formas mais potentes de quimioterapia, incluindo algumas que antes eram consideradas muito tóxicas para os pacientes.
Vai ciência!