Belo Horizonte está entre os quatro destinos latino-americanos que tiveram maior crescimento pela busca de voos em 2022. Essa é uma das conclusões Barômetro, estudo anual do buscador de voos Viajala, que faz análise de mercado. Na atual edição da pesquisa, foram analisadas a reativação turística no país pós-pandemia e as tendências de viagens para 2023.
O estudo utilizou um algoritmo próprio para analisar as milhões de buscas realizadas por usuários do sites em diferentes países da América Latina entre janeiro e setembro de 2022, comparando-os com os mesmos períodos de 2019 e 2020. Outras cidades que tiveram ótimo desempenho foram Campo Grande (MT), Córdoba (Argentina) e Guayaquil (Equador).
Campeã absoluta
De acordo com o Barômetro, Belo Horizonte (MG) cresceu 44% no número de buscas dos brasileiros em 2022, em relação a 2021. Já o preço das viagens na capital mineiro foi de 45%, mais baixo do que o aumento médio de preço em destinos nacionais, que foi de 55%. Quando comparado 2022 com 2019, a capital mineira cresceu 34%, com preços 48% maiores em média do que há três anos.
“Belo Horizonte vem crescendo como destino turístico acessível, já que o custo do lazer, passeios, restaurantes, bares, é mais baixo que o de outras capitais do Sudeste”, explica Rodrigo Melo, diretor comercial do Viajala Brasil. Além do preço, BH acrescenta ele, a cidade atrai pela comida farta, pela arquitetura de Oscar Niemeyer e pela proximidade com as cidades históricas, o que facilita uma viagem de carro.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), em agosto de 2019, antes da pandemia, cerca de 570 mil pessoas passaram pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Já em agosto de 2021, o número superou 670 mil pessoas e, no mesmo mês de 2022, estima-se um fluxo de 800 mil pessoas.
Preços acessíveis
O executivo avalia que o aumento de popularidade de Campo Grande e Belo Horizonte, Guayaquil e Córdoba, aliados a aumentos de preço mais baixos que a média, coloca esses destinos em evidência para viagens em 2023.
Atrás da capital mineira vem Campo Grande, com aumento de 36% no número de buscas em relação a 2021, e com preços 18% mais altos. Para o executivo, neste momento de retomada do turismo, com a inflação nas alturas, destinos mais baratos têm mais vez entre os viajantes.
Novela impulsionou Pantanal
A alta na procura pela capital do Mato Grosso do Sul pode ter sido capitaneada pela novela “Pantanal”, remake da TV Globo da produção exibida pela Rede Manchete em 1990, já que o aeroporto de Campo Grande é o portão de entrada do complexo alagado.
Desde o anúncio da novela, cresceram as buscas no Google pelo termo e a região passou a ter predominância de turistas brasileiros — antes, eram estrangeiros.
“A pandemia aumentou a procura por viagens ao ar livre, experiências mais rústicas, convivência com fauna e flora locais, turismo sustentável, e o Pantanal é perfeito para isso. É a versão brasileira de um safári”, aponta Rodrigo Melo
Viagens mais caras
Em relação ao tráfego aéreo no Brasil, o doméstico cresceu quase 26% em agosto deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado. A malha prevista por Azul, Gol (junto à VoePass) e Latam para os meses de alta temporada (dezembro a janeiro) já é maior que a de 2019.
“A alta dos combustíveis, a inflação, a instabilidade política, as perdas acumuladas da pandemia e a necessidade de reacomodar passageiros dos últimos dois, três anos, sem custo adicional, pressionam os preços e dificultam prever uma queda nos valores das passagens tão cedo”, salienta Rodrigo Melo.
O planejamento das viagens também já volta à normalidade. Entre janeiro e setembro de 2022, o planejamento de uma viagem nacional foi com 30 dias de antecedência. Segundo o Barômetro, a antecipação máxima foi de 80 dias de antecedência em relação à data do voo.
Nos voos internacionais, o intervalo mínimo entre data de busca e data de viagem subiu 50% de 22 em 2021 para 33 em 2022. A antecipação máxima também foi de 80 dias. Enquanto os voos domésticos estão 55% mais caros em relação a 2022, os internacionais ficaram 74% mais caros se comparados com a pré-pandemia.
Fonte: BH.