Novas diretrizes atualizam procedimentos de desengasgo em bebês e crianças

Por Dentro De Tudo:

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A American Heart Association (AHA) publicou novas recomendações sobre as manobras de desengasgo para bebês e crianças, com base em estudos recentes sobre reanimação cardiopulmonar (RCP) e desobstrução das vias aéreas. As mudanças atualizam as orientações anteriores, de 2020, e trazem ajustes importantes nas técnicas que pais e cuidadores devem conhecer.

Segundo Valéria Bezerra, coordenadora nacional do Curso Suporte Básico de Vida (BLS) da Sociedade Brasileira de Pediatria, a atualização busca alinhar as práticas aos resultados mais eficazes observados em pesquisas.

Principais mudanças e orientações

Nos casos de obstrução severa, ou seja, quando a criança não consegue tossir, chorar ou respirar, e muda de cor, é essencial acionar o SAMU e iniciar as manobras imediatamente.

Para bebês com menos de 1 ano, o procedimento correto inclui:

• Apoiar o bebê de bruços no antebraço, com a cabeça abaixo do nível do corpo;

• Aplicar cinco pancadas firmes nas costas, entre as escápulas;

• Se o corpo estranho não sair, virar o bebê e fazer cinco compressões torácicas no centro do peito com o calcanhar da mão.

A partir de agora, as compressões devem ser feitas com o calcanhar da mão, e não mais com dois dedos, como orientavam diretrizes anteriores. O método antigo não alcançava a profundidade necessária para liberar o objeto.

Para crianças acima de 1 ano, o procedimento começa com cinco pancadas nas costas. Se a obstrução persistir, aplicam-se compressões abdominais (manobra de Heimlich), com movimentos rápidos e firmes para dentro e para cima.

Ressuscitação cardiopulmonar (RCP)

Se a criança ou o bebê perder a consciência, deve-se iniciar a RCP, alternando 30 compressões torácicas e duas ventilações (respiração boca a boca), até que volte a respirar ou o socorro chegue.

Especialistas reforçam que os responsáveis devem fazer um curso de primeiros socorros, como o “Família e Amigos”, da AHA, que ensina todas as manobras de forma prática.

Atenção especial

A recomendação vale apenas para obstruções causadas por sólidos. No caso de líquidos, deve-se apenas retirar o excesso da boca e observar — o bebê costuma se recuperar sozinho.

Os profissionais alertam ainda para evitar erros comuns, como dar tapinhas leves, enfiar o dedo na garganta ou deixar a criança sem supervisão após o episódio.

📸 Crédito: Getty Images / AHA

📲 Fonte: Revista Crescer / g1

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