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Novo golpe promete trabalho de meio período com pagamento de R$ 2 mil por dia

Por Dentro De Tudo:

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Quer trabalhar meio período, em casa, recebendo até R$ 2 mil por dia? Essas promessas surgem a todo momento nos celulares dos brasileiros. São mensagens logo acompanhadas de um convite para clicar em um link. Tome cuidado, existe uma grande chance de ser um golpe. 

Essas mensagens não são necessariamente iscas para hackers prontos para invadir smartphones após cliques inesperados. Muitas vezes envolvem golpes que não estão relacionados a ataques cibernéticos, mas à manipulação de quem está interessado em um trabalho. 

Em casos mais simples, os estelionatários se aproveitam das pessoas que precisam muito de um emprego e não se dão conta do perigo. O golpista entra em contato anunciando a seleção para uma vaga, mas pede um pagamento, supostamente para a realização de um exame admissional ou de um curso necessário ao trabalho. 

Mas há também versões mais complexas, em que o golpe pode envolver esquemas de pirâmide, manipulação de avaliações em plataformas digitais, fraude e roubo de dinheiro e de dados. Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, explica que tudo começa com uma mensagem: “Eles estão usando todas as plataformas possíveis. Começou muito forte no WhatsApp e por SMS, hoje a gente já tem visto usando contas no iCloud, para proprietários de iPhone, e até no Telegram.”

As mensagens normalmente contam com um número de telefone ou link para iniciar uma conversa, em que o usuário recebe um endereço para cadastro em uma plataforma. “A maioria destes cadastros tem um código passado para a pessoa, que é o código do afiliado, para identificar quem é o recrutador e para que ele receba uma parte”, relata Assolini. O analista explica que quem recruta pessoas para a plataforma ganha um valor, aumentando o alcance do golpe.

Após o cadastro, é solicitado ao usuário que faça uma transferência inicial via PIX. “É um valor baixo, pode ser de R$ 20, para uma conta física que você não sabe de quem é. E eles fazem a promessa de que ao fazer este aporte você receberá de volta este valor e mais uma comissão, só por ter se cadastrado.”

Esta etapa serve para ganhar a confiança do usuário: “Eles realmente cumprem com esse combinado. Você recebe o primeiro aporte e a comissão, que pode até dobrar o valor enviado”, afirma Assolini.

Cadastrado, o usuário passa a receber tarefas diárias. “Dentro dessa plataforma, eles pedem para que você simule a compra de um produto e o classifique com cinco estrelas, para receber o dinheiro aportado e mais um valor de volta.”

Assolini diz que o esquema usa a gamificação, ou seja, estratégias de jogos para motivar o envolvimento e participação do usuário. Mas, conforme as tarefas são executadas, são solicitados aportes maiores e tarefas mais difíceis, para que os golpistas ganhem tempo e aumentem o número de recrutados. Em determinado ponto, quando a plataforma já recebeu muitos cadastros, as plataformas são encerradas e as pessoas perdem o dinheiro aportado.

Além do dinheiro não devolvido, que fica com os criminosos quando encerram a plataforma, há ganhos com a manipulação de avaliações de produtos, tarefas realizadas pelos usuários como condição para o pagamento. “Quando você simula a compra, dá estrelas, na verdade, você está manipulando reputações em lojas online”, explica Assolini.

“Isso faz com que você crie um número inflado e irreal de vendas, especialmente em marketplaces, e se uma loja tem um número muito alto de avaliações cinco estrelas ou de vendas, a probabilidade do algoritmo colocar o produto em primeiro lugar nas buscas reais é maior.”

Para não cair em golpes dessa natureza, Assolini recomenda desconfiar de ofertas muito generosas, enviadas por desconhecidos. Mesmo se a mensagem incluir o nome de uma empresa conhecida, entre em contato pelos canais oficiais para confirmar a oferta.

Caso você seja vítima dessa ação de estelionatários, procure fazer o registro da ocorrência em uma delegacia. Também é fundamental contatar o banco mais rapidamente possível. 

O WhatsApp recomenda que as pessoas reportem condutas inapropriadas diretamente nas conversas, por meio da opção “denunciar” disponível no menu do aplicativo (menu > mais > denunciar). 

(Com Folhapress)

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