sábado, 27 de abril de 2024

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Novos radares devem ‘disparar’ infrações em BH, que tem 1.784 por dia em 2024

Por Dentro De Tudo:

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Os 90 novos radares que estão em processo de instalação em Belo Horizonte devem disparar, nos primeiros dias de funcionamento, o número de autuações por excesso de velocidade, avanço de semáforo, conversão proibida e invasão da faixa de ônibus. As ocorrências serão comuns, segundo o especialista em segurança no trânsito, Agmar Bento, devido ao tempo que os motoristas que cometem infrações levam até se acostumar com os dispositivos. Só para se ter ideia, de janeiro a 5 de março deste ano, 116.004 infrações foram emitidas — isto é, 1.784 diárias, ou uma por minuto. 

O número, apesar de alto, representa uma queda de 8,4% com relação à média diária do ano passado, quando foram emitidas 1.948 infrações por dia — uma diferença de 200 multas a cada 24 horas. A redução pode estar relacionada a uma falta no monitoramento das ruas e avenidas de BH: no final do ano passado, 43 radares foram retirados devido ao fim do contrato com a empresa fornecedora. “Há uma ligação nesses fatores. Os motoristas que não respeitam a sinalização, e isso acontece com muita frequência, se aproveitam que não tem fiscalização para pisar no acelerador e avançar em momentos oportunos, mas incorretos. Não é que reduziram as infrações, é que não foram atuadas”, explica Agmar Bento, que também é professor do Cefet-MG. 

O especialista reforça que a maioria das multas são emitidas repetidamente para os mesmos motoristas, que assumem o perfil irresponsável no trânsito. Segundo ele, é por isso que é esperado um aumento nas autuações nos primeiros dias de funcionamento dos novos radares. “No momento em que os dispositivos são implantados, mesmo que haja uma sinalização prévia, as multas terão uma alta repentina. É quando os condutores que se acostumaram a infringir velocidade, que não estavam sendo multados nos últimos meses, serão pegos de surpresa”, avalia. 

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), faixas de pano irão sinalizar os locais dos novos radares e o início das operações. A escolha das avenidas de importância de BH, como Antônio Carlos e Amazonas (veja todas as que foram anunciadas aqui), seguem uma prioridade de incidência de acidentes na capital. “Além de serem vias de maior fluxo diário em Belo Horizonte, vias importantes para o deslocamento dos moradores, essas avenidas ligam pontos importantes e são as principais quando a gente pensa na quantidade de acidentes de trânsito”, expõe Bento. 

Sobre as autuações

De acordo a PBH, depois da emissão de infração, existem “procedimentos que incluem o encaminhamento da notificação para o proprietário do veículo infrator, cumprimento de prazos para recursos e julgamentos”. Por isso, somente após a análise desses recursos que a autuação é transformada em multa.

Falta de radares causou aumento de 20% no número de vítimas de trânsito

Quando se comparam os números de vítimas de acidentes de trânsito atendidas no Hospital João XXIII, no Centro de BH, que é referência no Estado, houve um crescimento de 20% com relação ao início de 2024 e de 2023, período em que houve a lacuna de monitoramento de infraçõespelos dispositivos.

De 1º de janeiro até essa segunda-feira (25 de março), o hospital atendeu 2.187 vítimas de acidentes de trânsito – 26 por dia. Já no mesmo período do ano passado, foram 1.822 – 21 por dia. “A grande maioria das infrações são por excesso de velocidade. A velocidade acarreta, imediatamente, no aumento da gravidade dos acidentes e em vítimas com ferimentos sérios que precisam ocupar leitos de internação”, explica o especialista em Segurança no Trânsito, Agmar Bento.

Segundo ele, os impactos por falta de radares causam perdas de vidas e gastos evitáveis do orçamento público. “O impacto é muito alto, econômico e social. Quando aumentam os acidentes, aumentam os custos com consertos de ruas, com leitos de internação do governo. Tudo isso é gasto. Então, a expectativa é que os novos radares possam controlar as infrações e os acidentes, e os motoristas reduzam a velocidade e dirijam de acordo com a lei”, analisa. 

Fonte: O Tempo.

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