Neste sábado, 7 de setembro, comemora-se o Dia da Independência do Brasil. A data, também conhecida pelo episódio do “Grito do Ipiranga”, em 1822, marca a emancipação brasileira do Reino de Portugal. Ao JC, o professor de história, Edson Rocha, explicou os contextos históricos sobre a data.
O “Grito do Ipiranga” às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, foi retratado pelo pintor Pedro Américo no século 19 e mostra Dom Pedro cercado de uma grande comitiva, supostamente bradando o grito “independência ou morte”. O quadro foi encomendado para retratar a independência do Brasil como um ato heroico e faz parte do imaginário de muitos brasileiros, devido às aulas de história. Segundo o professor Edson Rocha, há muito folclore sobre o momento, mas ainda sim ele é um marco nos primeiros passos da “integração da liberdade brasileira”.
Até então colônia portuguesa, a transição para a monarquia foi de extrema importância para o Brasil, sobretudo para a criação identitária brasileira e do nacionalismo. “O 7 de setembro marcou a primeira ruptura dos laços coloniais, tornando-se de fato e de direito emancipado. Mesmo com a independência – tardia, em comparação aos outros países da américa latina, o brasil continuou monarquista mas com a nova idealização de um momento desejado por qualquer país. O momento marcou o indulto do primeiro passo que o Brasil daria para a libertação, de um processo que já se via há centenas de anos”, explica o historiador.
No entanto, o país precisou pagar pelo reconhecimento internacional de independência, conforme explica o professor Edson Rocha. “O Estados Unidos foi o primeiro país a reconhecer a independência brasileira, já a Inglaterra só reconheceu a emancipação política brasileira depois que o país pagou a ela pelo o processo emancipatório”, afirmou. O regime monárquico brasileiro durou 77 anos, até que em 1889 o país tornou-se república.
Nos dias atuais a data é comemorada como uma das primeiras conquistas nacionais e identitárias. Em todas as cidades do território é também declarado feriado no dia 7. Para o historiador Edson Rocha é preciso que os brasileiros tenham domínio sobre a história do país para que uma sociedade melhor seja construída. “Um povo sem história é um povo sem memória. Nós precisamos saber dos momentos ímpares do nosso país, para desenvolvermos um nacionalismo equilibrado, real. Valorizamos a história dos outros povos e esquecemos da essência da nossa e por muito tempo a nossa história foi contada pelos colonizadores, o que não caracteriza de fato a essência do povo. Nós temos que saber da história para valorizá-la”, concluiu o historiador.