Um relatório da Lancet Countdown, divulgado nesta terça-feira (29), revela que o Brasil sofreu perdas de aproximadamente R$ 152,2 milhões devido ao aumento das ondas de calor, que impactaram significativamente a saúde de idosos e bebês. Entre 2014 e 2023, crianças de até um ano enfrentaram até 250% mais ondas de calor em comparação com o período de 1986 a 2005, enquanto idosos acima de 65 anos vivenciaram um aumento de 234% em calor extremo.
A pesquisa destaca que a população economicamente ativa do Brasil perdeu 6,2 bilhões de horas de trabalho devido às altas temperaturas, resultando em uma perda potencial anual de cerca de US$ 19,6 milhões. O relatório também aponta um aumento de 29% nas doenças infecciosas transmitidas por mosquitos, como a dengue, e um crescimento em outras enfermidades relacionadas a inundações e contaminações da água.
Nenhuma das dez cidades analisadas melhorou sua cobertura vegetal ou implementou estratégias eficazes de mitigação das mudanças climáticas desde 2015. Globalmente, o estudo indica que 10 dos 15 indicadores de saúde e mudanças climáticas atingiram níveis recordes, incluindo um aumento de 167% na mortalidade relacionada ao calor em comparação com os anos 1990.
A diretora executiva da Lancet Countdown, Marina Romanello, ressaltou que as ameaças à saúde provocadas pelas mudanças climáticas afetam a todos e que, apesar da crescente consciência sobre esses riscos, as ações governamentais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas ainda são insuficientes.
No entanto, iniciativas como o fechamento de usinas de carvão em países desenvolvidos resultaram em uma redução de quase 7% nas mortes atribuídas à poluição, demonstrando que é possível promover uma transição para uma energia mais limpa e saudável.
Fonte: O TEMPO
Foto: Flávio Tavares/O Tempo