O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu parecer favorável para o retorno do horário de verão no Brasil, e agora a decisão final está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso a medida seja aprovada, a alteração nos relógios deve ocorrer entre 30 e 60 dias após o anúncio oficial.
O horário de verão, que foi extinto em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro, tinha como objetivo otimizar o consumo de energia elétrica nos períodos em que a demanda era maior, principalmente no final da tarde e início da noite. Com a crise hídrica e o aumento dos custos de geração de energia, a proposta voltou a ser discutida nos últimos meses como uma alternativa para reduzir o consumo de eletricidade e evitar sobrecargas no sistema.
Especialistas apontam que a adoção do horário de verão poderia proporcionar alívio no sistema elétrico durante os meses mais quentes, quando o uso de ar-condicionado e ventiladores é mais intenso, aumentando o consumo de energia. No entanto, críticos da medida argumentam que os avanços na eficiência energética e o uso crescente de energias renováveis tornaram o horário de verão menos relevante.
O ONS destacou que a reintrodução da medida teria um impacto positivo moderado, ajudando a evitar picos de consumo, mas frisou que a decisão envolve também aspectos políticos e sociais, que serão considerados pelo governo federal.
Histórico do horário de verão
O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, e, ao longo das décadas, foi aplicado de maneira intermitente até ser implementado anualmente a partir de 1985. Em 2019, a medida foi extinta após estudos do governo apontarem uma economia de energia pouco significativa, além de reclamações da população sobre os efeitos na saúde e no bem-estar.
Decisão de Lula é aguardada
Agora, a retomada do horário de verão depende da decisão do presidente Lula, que tem a prerrogativa de sancionar ou vetar a recomendação do ONS. A expectativa é que o tema seja discutido nos próximos dias, e uma decisão seja tomada antes do verão, que tem início em dezembro. Caso seja aprovado, o novo horário pode começar a vigorar em um período de 30 a 60 dias.
O retorno do horário de verão divide opiniões entre setores da economia, especialistas em energia e a população em geral. Enquanto alguns defendem a medida como uma forma de melhorar a gestão do consumo de eletricidade, outros acreditam que os efeitos práticos são mínimos e o desconforto gerado à população não compensa.
Agora, resta aguardar a palavra final de Lula sobre o assunto.