A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (17), revelou um esquema bilionário de corrupção na mineração em Minas Gerais e atingiu diretamente o alto escalão do governo Romeu Zema (Novo). A investigação apontou fraudes em processos de licenciamento ambiental e resultou na exoneração ou afastamento de dirigentes do Iepha, da Feam e do IEF.
Entre os afastados está o presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), João Paulo Martins, exonerado um dia após a operação. Outros três servidores da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) também deixaram os cargos após a conclusão do inquérito.
De acordo com a PF, a organização criminosa favoreceu mineradoras mediante pagamento de propina, tráfico de influência e manipulação de pareceres técnicos. Conversas interceptadas revelam que licenças ambientais eram concedidas mesmo diante de irregularidades, beneficiando empresas como a Fleurs Global e a Gute Sicht.
O esquema envolvia ainda a atuação de Gilberto Henrique Horta de Carvalho, lobista apontado como articulador político do grupo, e do ex-deputado estadual João Alberto Lages, preso na operação. As investigações mostram que o grupo teria agido para barrar a criação do Monumento Natural da Serra do Curral, favorecendo projetos minerários na região.
Na quinta-feira (18), o governador Romeu Zema se pronunciou e afirmou que a Controladoria Geral do Estado já suspeitava do esquema. Ele declarou esperar uma “punição exemplar” aos envolvidos e garantiu apoio às investigações.
Até o momento, 15 pessoas foram presas. A Polícia Federal afirma que a organização movimentou valores milionários por meio da venda irregular de licenças ambientais. O caso segue sob investigação e pode gerar novos desdobramentos políticos e administrativos no governo mineiro.
📷 Crédito da foto: Polícia Federal / Divulgação
Fonte: g1 Minas