A pandemia de Covid-19 pode ser mais um agravante no número de casos de câncer de mama. O problema é que muitas mulheres deixaram de fazer mamografia, principal exame para o diagnóstico da doença, com medo de contaminação pelo novo coronavírus.
Dados divulgados na Revista de Saúde Pública mostram que o número de exames para mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizados na rede pública diminuiu 42% em 2020 na comparação ao ano anterior.
A diferença deve significar algo em torno de 4,1 mil novos casos de câncer de mama não descobertos no ano passado, considerando estimativas da taxa de detecção da doença – em média são 5 casos confirmados para mil exames.
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres com idade acima de 50 anos façam a chamada mamografia de rastreamento, mesmo sem sintomas, a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e o Colégio Brasileiro de Radiologia orientam que o método preventivo seja feito anualmente a partir dos 40 anos.
A oncologista Nara Andrade, da Cetus Oncologia, alerta que “o câncer de mama é curável quando diagnosticado no início. O diagnóstico tardio pode indicar um tratamento mais invasivo. Por isso é importante que as mulheres façam a mamografia e o ultrassom de mama”.
Em 2020, 2,3 milhões de mulheres descobriram que tinham câncer de mama em todo mundo. No Brasil, a doença é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).