A Dra. Renata Sacchi, gerente-geral do DB Patologia, explica que o desenvolvimento desse tipo de câncer é lento e gradual, de modo que os exames preventivos são essenciais para detectar precocemente possíveis alterações e o potencial maligno dele. “Quando se fala na prevenção secundária, o exame mais tradicional é o Papanicolau pelo método convencional, que consiste na coleta de células por meio de uma espátula específica que, em seguida, é inserida em lâminas de vidro e fixada. Entretanto, é necessário ressaltar que essa metodologia tem limitações, como interferentes de coleta ou de fixação, e o obscurecimento por condições clínicas da própria paciente. Isso pode prejudicar a leitura e gerar resultados insatisfatórios”, complementa.
Já a Citologia em meio líquido é uma outra metodologia que permite a otimização do exame em diversos aspectos. “A forma de coleta é a mesma do Papanicolau, porém, as células são armazenadas em um recipiente com um líquido conservante, cujo processamento é feito de forma automatizada. Esse tipo de exame permite o envio de 100% da amostra coletada ao laboratório (para técnicas que encaminham o dispositivo de coleta no frasco), além da redução significativa das amostras insatisfatórias e aumento da sensibilidade na identificação de lesões intraepiteliais de alto grau. Além disso, permite a confecção de lâminas adicionais e testes moleculares na mesma amostra para diagnóstico das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) entre elas o HPV, o principal agente causador do câncer de colo uterino”, explica a especialista.
HPV é o maior inimigo
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo do útero está associado à infecção persistente aos vários tipos do vírus Papilomavirus Humano (HPV), na qual os tipos HPV-16 e o HPV-18 são responsáveis por cerca de 70% dos cânceres de colo de útero e lesões pré-cancerosas.
A médica afirma que uma forma de prevenção é a vacinação. “As meninas, a partir dos nove anos já podem tomar a vacina de forma gratuita em qualquer unidade de saúde, com duas doses ao ano. Esse tipo de imunização, a qual chamamos de prevenção primária, protege contra os subtipos mais comuns e com maior risco de causa de câncer de colo de útero”, finaliza.