Uma pesquisa da Kantar revelou que o ovo se tornou o principal ingrediente das refeições para 30% dos brasileiros, especialmente entre as classes D e E, que consomem o alimento em 28% das ocasiões. No entanto, a disparada no preço dos ovos nos primeiros meses de 2025 trouxe desafios para as famílias de menor renda. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, o valor da dúzia subiu 69% entre janeiro e fevereiro deste ano.
A inflação também atingiu as carnes, que registraram um aumento de quase 22% nos últimos 12 meses, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Isso dificultou a substituição do ovo por outras proteínas, agravando a insegurança alimentar entre os mais pobres.
Solange Medeiros, coordenadora institucional do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, destacou que a alta dos preços está levando consumidores a recorrerem a cortes menos nobres. “Se o consumidor não vai comprar a proteína do ovo, ele vai trocar pela carne? É impossível. O mercado voltou a oferecer pé de galinha, pescoço, cortes menos valorizados”, afirmou.
Diante desse cenário, famílias buscam alternativas para manter uma alimentação balanceada, enquanto especialistas alertam para os impactos nutricionais dessa mudança.
Foto: Alex de Jesus / O Tempo
Fonte: Jornal O Tempo