A Justiça de Minas Gerais determinou o afastamento de um líder religioso de todas as atividades em um terreiro de Umbanda no bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte, após denúncias de violência sexual, tortura, ameaças, humilhações e extorsão. Uma auxiliar também foi afastada, e ambos estão presos preventivamente.
A decisão da 2ª Vara das Garantias aponta que as vítimas relataram ter sido abusadas dentro do próprio terreiro, onde o investigado atuava como dirigente espiritual. Segundo os depoimentos, atos de violência eram praticados sob o pretexto de rituais de “limpeza espiritual”, incluindo toques íntimos, relações sexuais forçadas e até queimaduras causadas por álcool e fogo. Há relatos de participação direta da auxiliar nos abusos.
As mulheres denunciaram ainda humilhações públicas, cobranças financeiras consideradas abusivas e ameaças de morte após deixarem o local. Testemunhas relataram que o investigado usava arma de fogo para intimidar frequentadores. A Justiça também registrou indícios de ocultação de provas, como a exclusão de comentários negativos sobre o terreiro nas redes sociais.
A decisão impôs medidas cautelares, incluindo o afastamento das atividades religiosas, suspensão do porte de arma, proibição de contato com vítimas e testemunhas, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao terreiro e à residência do investigado. Materiais religiosos, cadernos e dispositivos eletrônicos foram recolhidos, e seu conteúdo será analisado após autorização judicial de quebra de sigilo.
O caso segue sob segredo de justiça e envolve investigações por estupro, violência sexual mediante fraude, tortura, extorsão, lesão corporal e ameaça. O Tribunal de Justiça manteve todas as medidas impostas, considerando robustos os indícios dos crimes e o risco à integridade das vítimas. Os investigados permanecem proibidos de retomar atividades religiosas até nova decisão.
Foto: Reprodução
Fonte da matéria: g1 Minas
