Um pai de santo foi preso preventivamente pela Polícia Civil do Distrito Federal após ser acusado de usar a vulnerabilidade emocional de mulheres para exercer completo domínio sobre elas. Ele criava um ambiente de dependência, mesclando ameaças veladas com promessas de proteção espiritual, atraindo frequentadoras em busca de cura para problemas como depressão, violência doméstica e doenças físicas. No entanto, essas mulheres eram vítimas de abusos sexuais sob o pretexto de rituais de purificação.
O religioso justificava os estupros como uma forma de “purificar” as mulheres do terreiro, obrigando-as a praticar sexo oral nele, alegando que isso “limparia a língua” das frequentadoras. Em alguns casos, proibia que as vítimas mantivessem relacionamentos amorosos, afirmando que namoros poderiam prejudicá-las. Ele também dizia que as relações sexuais dentro do terreiro ajudavam as mulheres a “se organizarem mentalmente”, utilizando o medo para manter o controle: ameaçava que, caso parassem os “tratamentos sexuais”, poderiam “enlouquecer”.
Preso preventivamente pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher em Taguatinga Sul, o líder religioso comandava o terreiro como conselheiro, juiz e porta-voz dos orixás, posição que usava para impor abusos constantes. Durante dois anos, pelo menos uma vítima foi estuprada, manipulada e até mutilada com navalhas em rituais falsos de “cura espiritual” para transtorno bipolar.
As investigações da Operação “Sórdida Oblatio” revelaram que o líder mudava constantemente o endereço do terreiro para dificultar a ação policial e a localização de vítimas, o que motivou o pedido de prisão preventiva, aceito pelo Poder Judiciário. A Polícia Civil continua investigando e não descarta a existência de outras vítimas.
O nome da operação, em latim, significa “oferta impura”, referência à deturpação da fé e espiritualidade para exploração e violência.
Foto: Reprodução
Fonte: Metrópoles
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