O pai de uma criança de 9 anos levou a filha para se vacinar contra a Covid-19, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O homem teve que fazer isso escondido, já que a mãe da menina defende ideais anti-vacina. O homem de 48 anos falou ao G1 sobre a atitude, mas preferiu não se identificar, para evitar maiores problemas com a ex-esposa.
Segundo o pai, a mulher o ameaçou de nunca mais ver a filha. Ainda assim, ele incentiva que outros responsáveis tomem a mesma medida. “É um alerta para os pais, para não terem dúvida, ir sempre pela ciência e proteger a criança em primeiro lugar”, afirma ao portal.
A criança tem a guarda compartilhada entre o pai e a mãe, que são separados. Durante os fins de semana, a menina fica com o pai. Em um dos dias que era o responsável pela criança, ele aproveitou para levá-la para a imunização. A menina recebeu a primeira dose no final de janeiro.
Reação da mãe
Apesar de ser contra a vacinação da filha, a própria mãe da criança se vacinou, segundo o relato do ex-marido. “Ela me mandava fake news por mensagens, sobre vírus chinês, chip, essas coisas. Ela se vacinou quando surgiu a Janssen, usou como desculpa que era dose única”, acrescenta.
O homem conta que a própria criança estava com medo da imunização. “A menina estava morrendo de medo, achando que ia morrer. Falei que ia levar só ao médico para consulta”, relata. Segundo ele, a menina ficou tranquila após receber a vacina, porque não teve nenhuma reação.
No entanto, a mãe não recebeu a notícia da mesma forma. Segundo o homem, ela reagiu de forma agressiva ao saber da vacinação. “Falou palavrões, falou que eu nunca mais ia vê-la, que elas iam se mudar. Eu fiquei quieto, porque na frente da menina eu não ia falar nada”, detalha. Ainda assim, ele está esperançoso de que conseguirá levar a criança para tomar a segunda dose, neste mês.
Lei garante direito à vacina
A advogada especialista em Direito Infancista e Família e presidente da Comissão de Direito de Família da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Paula Guitti Leite, confirmou ao portal que o homem agiu dentro da lei. Segundo ela, tanto em casos de guarda compartilhada, quanto de unilateral, o pai ou a mãe é autorizado a vacinar os filhos, mesmo sem o consentimento da outra parte.
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