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Pais e sociedade devem se responsabilizar pelo uso adequado de eletrônicos por menores

Por Dentro De Tudo:

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A utilização de eletrônicos por crianças e adolescentes deve ser controlada pelos pais e pela sociedade como um todo e estes últimos precisam adotar medidas na busca do equilíbrio desse uso com atividades físicas e interações sociais de forma presencial.Resumidamente, essa foi a principal diretriz consolidada durante a reunião da Comissão de Esportes, Lazer e Juventude, nesta terça-feira (23/5/23), que tratou dessa temática. 

Solicitada pelo deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), a audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) reuniu especialistas de diversas áreas para aprofundar a discussão e sugerir novas propostas de abordagem. 

Para Marcelle Bacellar, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, o uso das novas tecnologias é uma realidade e, de fato, elas são benéficas em algumas situações. No entanto, é necessário traçar parâmetros para crianças e adolescentes, impedindo que o uso se torne prejudicial. “Limites devem ser estabelecidos pelos pais e obedecidos pelos filhos”, sustentou ela, defendendo o equilíbrio da interação digital com atividades físicas e relacionamentos sociais, presenciais no caso, com outros adolescentes. 

Regras claras

A delegada acrescentou que as regras têm que ser estabelecidas de forma precisa, para que o usuário saiba em que dias e por quantas horas pode usar o aparelho. Outras orientações aos pais dizem respeito à proibição do uso de celulares e outros durante as refeições e na hora de dormir. Por fim, ele indicou o uso de filtros de conteúdo nos celulares, “para que não acessem sites impróprios para a idade deles”. 

Afora todas as orientações técnicas, Bacellar orientou que os pais devem estreitar ao máximo as relações com seus filhos. “Temos que respeitar certo isolamento deles, mas não a ponto disso se transformar num abismo que impeça de nos aproximarmos deles; fazer isso só com orientação e muito amor e carinho”, concluiu. 

Contato exagerado

Já João Tomayano, educador social da Associação Profissionalizante do Menor (Assprom), apresentou um dado preocupante sobre o contato de crianças e jovens brasileiros com as telas. Segundo ele, está acima de 90% o percentual desse segmento que usa celular, maior índice verificado no mundo. 

Outra informação a ser avaliada com critério é a de estudos de um neurocientista francês, baseados em testes de QI, os quais apontam que a geração atual é a primeira na história menos inteligente que a anterior. “Contribui pra essa realidade a falta de socialização, a ausência de contato com os pares, seja em família ou com amigos”, constatou.

Lazer exclusivo na web

De acordo com Tomayano, infelizmente, os meios de entretenimento dos adolescentes e jovens atualmente acabam se resumindo aos eletrônicos, como celulares, tablets, computadores. Nesses dispositivos, esses públicos acessam aplicativos de mensagem, redes sociais e jogos eletrônicos, propiciando as condições para se criar uma relação de vício. A dependência, por sua vez, traz consigo problemas de saúde física e, principalmente, mental, como ansiedade, depressão, além de dificuldade de socialização. 

Na avaliação do promotor de justiça Mauro Ellouvitch, coordenador do Grupo de Atuação de Combate aos Crimes Cibernéticos, além da necessidade de controle e monitoramento, os pais precisam entender o funcionamento dos aplicativos. “Isso permitirá que eles orientem seus filhos para situações na internet, como assédio, abordagem inadequada, desafios on-line”, detectou. 

Comportamento de risco

Ele completou que os pais devem promover uma conversa franca com os adolescentes para que estes introjetem o comportamento adequado e não se exponham a pedófilos, golpistas. Esse diálogo vai permitir também que os menores não adotem comportamento de risco na web, que poderia levá-los até a cometer atos infracionais.“Recentemente, investigamos adolescentes que  faziam alertas falsos de ataques a escolas. Nesse sentido, é importante orientá-los de que não estão invisíveis na rede e de que pode haver consequências”, alertou.

Por sua vez, Eduardo Figueiredo, chefe da Delegacia de Orientação e Proteção a Criança e ao Adolescente, repercutiu artigo mostrando que 42% dos pais deixam seus filhos usarem a internet sem nenhum tipo de supervisão. “Os pais hoje não querem gastar tempo com seus filhos”, criticou ele, apontando que o resultado disso são crianças expostas a abusadores, a pessoas que as doutrinam para o mal. 

Fonte: ALMG.

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