Um casal de Belo Horizonte enfrenta dificuldades para registrar a filha recém-nascida com o nome escolhido por eles: Tumi Mboup. A criança nasceu no dia 22 de setembro de 2025 e, até o momento, permanece sem certidão de nascimento, já que o cartório recusou o registro.
De acordo com os pais, a historiadora Kelly Cristina da Silva e o sociólogo Fábio Rodrigo Vicente Tavares, a escolha do nome é um ato político de reafricanização e resistência à colonização. O primeiro cartório, no Hospital Sofia Feldman, recusou o registro sob o argumento de que “Mboup” seria um sobrenome, e não poderia ser usado como parte de um nome composto.
Após a negativa, a família buscou outro cartório, no Centro da capital, onde entrou com uma solicitação judicial. A resposta deve sair até o dia 2 de outubro. Enquanto isso, a ausência da certidão de nascimento já trouxe dificuldades burocráticas, como acesso a licenças trabalhistas e atendimento em serviços de saúde.
Segundo os pais, o nome carrega significados profundos. “Tumi” significa lealdade, enquanto “Mboup” é comum no Senegal e foi escolhido em homenagem ao intelectual senegalês Cheikh Anta Diop. Para o casal, a escolha reafirma a ancestralidade e a identidade da filha desde o nascimento.
Foto: Arquivo pessoal
Fonte: g1 Minas