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Pediatra explica qual momento certo para levar crianças ao hospital

Por Dentro De Tudo:

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No segundo semestre de 2021, com a retomada das aulas presenciais em Belo Horizonte e a saída das crianças do isolamento, os atendimentos pediátricos naturalmente foram aumentando. No Hospital João Paulo II, por exemplo, foram 2.713 atendimentos em agosto e 3.799 em outubro. Mas com a epidemia de Influenza no fim do ano, houve uma disparada nos casos, que dobraram em seis meses – 5.431 atendimentos em dezembro nesse hospital que é referência para pediatria na rede pública de Belo Horizonte.

Laís Nicoliello, presidente do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Mineira de Pediatria, explica que além da Covid e Influenza, há outros vírus e patógenos que provocam adoecimento nas crianças, que estão em processo de formação do sistema imunológico.

“Todo mundo ficou em casa por muito tempo. Com o relaxamento das medidas de isolamento, as pessoas voltam a sair de casa e acontece uma volta de circulação viral. Além disso, tivemos uma cobertura vacinal da gripe inferior ao que gostaríamos. Houve uma junção de fatores”, explica a médica.

Como os pronto-atendimentos pediátricos estão lotados, a pediatra explica que é importante os pais avaliarem a verdadeira necessidade de ir ao hospital, já que muitas doenças são curadas facilmente após três dias.

“É importante ficar atento aos sinais de alarme. Deve-se buscar atendimento para as crianças que estão com febre por mais de três dias, falta de ar, crise convulsiva, manchas pela pele, febre que não cede apesar da medicação, prostração fora do período de febre”, diz Laís Nicoliello. “É bom esperar 72 horas porque se um pediatra avaliar um quadro precoce, não vai poder saber o que é. Isso faz com que haja retorno depois”.

A médica explica que a febre é o sintoma mais importante a ser observado. É considerada febre a temperatura acima de 37,8°C. Os pais devem ficar mais alertas se a medicação ficar acima de 38,5°C. “Mas grande parte das infecções vão se resolver sozinhas, não precisa de pronto-atendimento”.

Se a família tiver à disposição a teleconsulta, essa é uma ótima opção neste momento para evitar a superlotação nos pronto-atendimentos, segundo Laís. Melhor ainda se a consulta puder ser feita com o pediatra que acompanha o desenvolvimento da criança. 

Além da Influenza, a Covid inspira medo nos pais, já que as crianças não estão vacinadas. Laís explica que qualquer sintoma gripal deve ser considerado como suspeito para Covid, mas não é preciso correr para o hospital quando surgirem os primeiros sintomas. O ideal, segundo ela, é monitorar os adultos que têm contato com a criança, verificar se eles testaram positivo para a doença. 

Vacina é melhor forma de prevenção

A contaminação de vírus e patógenos mais simples é inevitável e faz parte do processo de formação do sistema imunológico da criança. “Quando uma criança entra para a escola, é natural ter uns oito resfriados por ano. No início é muito difícil, mas depois a situação fica mais tranquila”, explica a pediatra.

Mas é fundamental proteger as crianças de doenças que podem provocar um agravamento. A melhor forma de se fazer isso é manter o cartão de vacinas em dia. Enquanto o imunizante da Pfizer não chega para as crianças de 5 a 11 anos, vacinar contra a Influenza pode ser a melhor estratégia para proteger os filhos neste momento.

“Se por ventura as crianças não foram vacinadas contra a gripe, por gentileza, busque fazer isso agora. Toda infecção respiratória pode ter gravidade, especialmente em crianças menores de 2 anos”, recomenda Laís. As vacinas contra a Influenza ainda podem ser encontradas nos postos de saúde de Belo Horizonte e em alguns laboratórios e clínicas particulares – o ideal é ligar antes para verificar se há a disponibilidade na empresa.

Dentre as vacinas da rede privada que não estão na rede pública, a pediatra destaca a Pneumo 13, que oferece imunidade para 13 tipos de bactérias que podem provocar pneumonia.

Comparativo com 2019

Houve um crescimento significativo de atendimentos pediátricos ao longo do segundo semestre de 2021, mas a situação não é tão impressionante quando se compara com a realidade anterior ao isolamento social imposto pela pandemia.

Segundo levantamento da Unimed-BH a partir da sua rede própria, o aumento dos atendimentos de dezembro foi de cerca de 9% em relação ao mesmo período de 2019. E embora as unidades de pronto-atendimento estejam com alta demanda de atendimento para adultos, houve queda nos casos pediátricos nas unidades de urgência e emergência da sua rede própria nos últimos dois dias.

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