A pouco mais de um ano das eleições de 2026, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa 20 pedidos para a criação de novos partidos políticos no Brasil. Caso todas as propostas avancem, o número de legendas no país pode saltar de 29 para 49 — um aumento de 69%. Especialistas, porém, avaliam que a criação de tantas siglas vai na contramão da tendência de enxugamento partidário, reforçada por mecanismos como a cláusula de barreira.
O cientista político Lucas Zandona destaca que o excesso de partidos dificulta a identificação ideológica do eleitor e enfraquece o sistema. Já Adriano Cerqueira lembra que, na prática, poucas siglas conseguem relevância eleitoral. Mesmo assim, lideranças como o presidente estadual do PSDB, Paulo Abi-Ackel, defendem fusões para reduzir a “anarquia partidária”.
A criação de um novo partido exige, entre outros passos, a coleta de mais de 547 mil assinaturas de apoiadores, distribuídos por pelo menos um terço dos estados brasileiros. É o caso do Afrobrasilidade, de Uberlândia (MG), que não conseguiu atingir a meta a tempo, mas promete tentar novamente.
Mesmo que consigam se registrar, os novos partidos enfrentam outro obstáculo: a cláusula de barreira, que limita o acesso a recursos públicos e tempo de propaganda. Para superá-la, é preciso eleger pelo menos 11 deputados federais ou alcançar 2% dos votos válidos para a Câmara. Sem esses benefícios, muitos partidos não conseguem se manter.
Partidos em formação no Brasil (lista atual no TSE):
- Consciência Democrática (CD)
- Juntos Pela República (Juntos)
- Meio Ambiente e Integração Social (Mais)
- Movimento Consciência Brasil (MCB)
- Ordem
- Afrobrasilidade (Afro)
- Partido Ambientalistas
- Partido Brasil Novo (PBN)
- Partido Capitalista Popular (PCP)
- Partido Conservador Brasileiro (Conservador)
- Partido da Segurança Privada (PSP)
- Partido Democrático Afro-Brasileiro (PDA-B)
- Partido do Autista (PA)
- Partido do Desenvolvimento