Peça de teatro fala sobre valorização do amor, da amizade e da cerâmica; apresentação é realizada em parceria com o grupo Ceramistas Maria Quem Dera
O espetáculo “O amor possível” traz para os palcos a história da crise existencial do oleiro Cipriano Algor que vê o seu ofício ameaçado de extinção no mundo contemporâneo das mercadorias. Em uma jornada de reinvenção de si, os viúvos e vizinhos Cipriano Algor e Isaura Madruga encontram o amor na maturidade.
O espetáculo, que conta ainda a relação de amizade entre Cipriano e o cão Achado, é uma adaptação teatral de Priscilla Duarte e François Kahn a partir do romance “A caverna”, de José Saramago, prêmio Nobel de literatura (1998).
Priscilla atua no monólogo e divide a direção com Ricardo Gomes, também do Teatro Diadokai. A apresentação do espetáculo “O amor possível” em Pedro Leopoldo é realizada em parceria com o grupo Ceramistas Maria Quem Dera.
Teatro e cerâmica
A escolha da cidade e do grupo de ceramistas se deve à história do espetáculo que resgata a importância da cerâmica e de sua artesania, em um mundo desumanizado e tecnificado.
Pesquisas sobre a origem e a ocorrência da cerâmica nas sociedades primitivas das Américas revelaram a importância do papel das mulheres nessa arte. Inúmeros vestígios arqueológicos comprovam a presença da cerâmica em Minas Gerais desde tempos imemoriais. Portanto, é possível considerar as atuais ceramistas de Minas como descendentes dessas mulheres detentoras de um saber milenar.
O espetáculo tem 1h15 de duração e contará com intérprete de Libras. Seu caráter intimista nos coloca em contato direto com a beleza e a atualidade dessa obra de Saramago, que alude a uma sociedade que parece mais dedicada ao consumo de imagens da vida que, de fato, a vivê-la.
Após a apresentação, haverá roda de conversa entre Priscilla Duarte – atriz, dramaturga e diretora do espetáculo, além de idealizadora do projeto de circulação – e as integrantes do grupo Ceramistas Maria Quem Dera, de Pedro Leopoldo.
Uma oficina teatral também será realizada na cidade, nos dias 29 e 30 de agosto, com 3h de duração por dia, oferecida especialmente ao grupo de mulheres ceramistas e aberta a outras mulheres do município de Pedro Leopoldo e da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com este projeto de circulação, o Teatro Diadokai pretende contribuir para a resistência dessas mulheres na manutenção da tradição da arte da cerâmica e para a preservação de nossos sítios arqueológicos, fortalecendo e reafirmando o valor das artesanias do barro e da cena.
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Este projeto é realizado por meio do Edital Lei Paulo Gustavo 09/2023 – Programa de mobilidade de artistas, grupos e técnicos, com apoio institucional do Governo Federal e Governo Estadual de Minas Gerais.
SERVIÇO
Oficina: Teatro como artesanato, conduzida por Priscilla Duarte
Público alvo: integrantes do grupo Ceramistas Maria Quem Dera e mulheres (artesãs ou não) da comunidade
Data: 29 e 30/8 (quinta e sexta-feira)
Horário: de 14h às 17h
Local: Casa das Maria Quem Dera – Rua Pacífico Rodrigues, 175 – Fidalgo (distrito de Pedro Leopoldo)
Inscrições grátis: até 28 de agosto, contato pelo Instagram @diadokai
Evento: Espetáculo “O amor possível”
Data: 31/8 (sábado)
Horário: 18h
Entrada: Gratuita (com distribuição de senhas no local da apresentação, uma hora antes). Lugares limitados
Local: Casa das Maria Quem Dera – Rua Pacífico Rodrigues, 175 – Fidalgo (distrito de Pedro Leopoldo)
Ficha técnica
Obra original e autor: “A caverna” de José Saramago
Adaptação teatral: Priscilla Duarte e François Kahn
Direção: Priscilla Duarte e Ricardo Gomes
Atuação: Priscilla Duarte
Colaboração artística: François Kahn
Direção de arte: Luiz Dias
Cenografia: Luiz Dias
Figurino: Caroline Manso
Produção de objetos: Maria Duarte
Criação de luz: Jésus Lataliza e Gabriel Corrêa
Preparação vocal: Ana Hadad
Identidade Visual: Carol Cafiero
Fotografia e registro audiovisual: Maria Duarte
Assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais: Fernanda de Paula
Produção: Sala 35 Gestão Cultural
Assistência de produção: Laila Kierulff e Gleydson Mota
Parcerias: Oleiras do Candeal, Centro de Artesanato de Januária, Ceramistas Maria Quem DeraRealização: Teatro Diadokai