Dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, revelam que, pela primeira vez, há mais mulheres na posição de responsáveis pelos lares brasileiros do que como esposas ou companheiras dos chefes de família. Entre as mulheres, 34,1% foram identificadas como responsáveis pelo domicílio, enquanto 25% eram cônjuges ou companheiras. Em contraste, em 2010, 22,9% eram as responsáveis e 29,7% eram cônjuges.
O crescimento do percentual de lares comandados por mulheres é significativo, passando de 39% em 2010 para 49% atualmente. Por outro lado, a proporção de lares liderados por homens caiu de 61% para 51%.
Segundo Márcio Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, essa mudança reflete a crescente independência econômica das mulheres, sua maior inserção no mercado de trabalho e o aumento da renda, fatores que têm contribuído para que elas se vejam como responsáveis pelos lares.
Estados com Maioria de Lares Comandados por Mulheres
Os dados também mostram que, em 10 estados do Brasil, a maioria dos lares é comandada por mulheres, com destaque para a Região Nordeste, onde os percentuais são superiores a 50%:
• Pernambuco: 53,9%
• Sergipe: 53,1%
• Maranhão: 53%
• Amapá: 52,9%
• Ceará: 52,6%
• Rio de Janeiro: 52,3%
• Alagoas: 51,7%
• Paraíba: 51,7%
• Bahia: 51,0%
• Piauí: 50,4%
Composição dos Lares Brasileiros
O Censo 2022 também analisou o número de moradores nas casas brasileiras, revelando que:
• Até 3 moradores: 72,4% dos lares
• Com 4 moradores: 16,9% dos lares
• Com 5 moradores: 6,7% dos lares
• Com 6 ou mais moradores: 4% dos lares
As diferenças de gênero entre os responsáveis são menos significativas em relação ao número de moradores, mas se destacam ao considerar cor ou raça. Por exemplo, 6% das mulheres pretas que comandam lares têm mais de seis pessoas sob sua responsabilidade, em comparação com 2,4% dos homens brancos.
Esses dados refletem não apenas a evolução da dinâmica familiar no Brasil, mas também destacam a crescente importância do papel das mulheres na sociedade contemporânea.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
