As práticas quaresmais, como o jejum e a abstinência, podem servir como contraponto à cultura do excesso que marca a sociedade atual. A avaliação é do padre e psicólogo Marcelo Carlo da Silva, que destaca a importância dessas penitências como ferramentas de sobriedade e autoconhecimento.
Segundo ele, ao abrir mão de prazeres cotidianos — como comer carne ou consumir bebidas alcoólicas — o fiel exercita o autocontrole e se prepara para lidar com frustrações, entendendo que a vida não é feita apenas de conquistas. Mais do que barganhar com Deus, essas práticas visam desenvolver a espiritualidade e fortalecer o senso de comunidade, especialmente quando há o gesto de compartilhar aquilo de que se abre mão com quem precisa.
O religioso também aponta que, ao lado da oração e da caridade, as penitências ajudam a organizar o tempo e a vida espiritual, funcionando como um antídoto à lógica hedonista e individualista que predomina na sociedade atual. Para ele, retomar essas tradições pode ser uma forma de promover saúde mental e social, restaurando o equilíbrio em tempos marcados pela constante busca por prazer e sucesso.
Foto: Shutterstock – Fonte: O Tempo