Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou 71 bebês que nasceram com anticorpos para a Covid-19. De acordo com a professora Cláudia Lindgren, do Departamento de Pediatria da instituição, o objetivo do estudo é acompanhar o impacto no desenvolvimento infantil.
“A gente tem esperança de que os anticorpos possam proteger um pouco esses bebês, pelo menos por alguns meses. A presença dos anticorpos confirma que eles foram expostos à infecção durante a gestação. Por outro lado, a gente não sabe que tipo de repercussão a longo prazo isso pode ter no desenvolvimento deles”, explicou a coordenadora do trabalho.
No Brasil, também há outros casos de bebês que nasceram com anticorpos para a Covid-19 registrados em Santa Catarina, Bahia e Acre. Um caso em cada estado.
A confirmação dos anticorpos não é uma garantia de que o bebê é imune ao coronavírus.
A pesquisa está sendo realizada em cinco cidades: Contagem e Nova Lima, na Grande BH; Itabirito, na Região Central; Ipatinga, no Vale do Aço, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Ao todo, são 250 postos de coletas distribuídos nesses municípios. Toda mãe que leva o bebê para fazer o teste do pezinho, na primeira semana após o parto, é convidada a participar. A coleta de dados começou no dia 19 de abril deste ano. Desde então, já foram testados 543 duplas de mãe e bebê.
“Não há muitos estudos em crianças e recém-nascidos com anticorpos transmitidos pela placenta que fale para nós se houve algum dano. O estudo quer responder se há necessidade de um acompanhamento maior ou não quando a mãe é contaminada pelo coronavírus na gravidez”, afirmou Cláudia Lindgren.