domingo, 5 de maio de 2024

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PESQUISA: Falta de opção é o principal motivo para uso dos coletivos

Por Dentro De Tudo:

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Entre os seis principais modos de deslocamento nas cidades mineiras, cada um aparece com motivos diversos por serem usados diariamente. Para conhecer essa realidade, a pesquisa do Instituto DATATEMPO questionou os entrevistados sobre o que leva a essa escolha. No caso do transporte público, 44,6% das pessoas disseram que é por falta de opção e outras 35,5% por ser mais barato.

Já em relação ao carro, 33,4% dos mineiros pontuaram que o deslocamento acontece por ser mais rápido. Na sequência, o conforto é a justificativa de 25% da população e 18,4% usam o automóvel por essa ser a única opção.

“O conforto do carro não é o principal atrativo, mas, sim, a agilidade. Em países desenvolvidos, grande parcela das pessoas utiliza o transporte coletivo, e é em pé mesmo, apertado, mas é rápido e confiável”, enfatizou o doutor em engenharia de transportes Frederico Rodrigues. 

Além do ônibus, do metrô e de automóveis, o levantamento mostrou o motivo da escolha por outros modos de transporte. Entre os que usam moto, 48,8% disseram que fazem essa opção por ser mais barato, enquanto 26,5% por conta da rapidez e outros 10% por ser a única opção encontrada.

Para os que se deslocam de bicicleta, 35,4% fazem escolha por ser mais barato, 32,7% por ser a única opção e 12,9% porque é mais rápido. Modalidade que surgiu no país há poucos anos, os aplicativos também aparecem como uma importante forma de deslocamento urbano e são escolhidos pelos usuários principalmente por serem mais rápidos (32,7%). A ‘única opção’ foi o principal motivo apontado por quem andar a pé, o que também predomina no transporte público.

A dentista Larissa Fonseca, 29, mora no bairro São Pedro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, há pouco mais de um ano. Desde então, ela preferiu usar a bicicleta para se deslocar até o trabalho todos os dias, até a avenida Getúlio Vargas, na Savassi, na mesma região. “Ainda tenho sorte porque meu trajeto é tranquilo e passo por duas ciclovias, mas se eu precisar ir para o Centro, é só em cima do passeio, desviando das pessoas”, contou. Mesmo assim, ela ainda prefere a bike ao ônibus por ser mais rápido e barato. “Ainda ajuda a manter a saúde boa”, acrescentou Larissa.

Em Minas Gerais, 20% dos deslocamentos diários acontecem a pé, conforme a pesquisa. É o caso da administradora Flávia Costa, 26, moradora do Barro Preto, na região Centro-Sul. Por ter praticamente todos os serviços perto e trabalhar de casa, ela, que não tem carro, raramente precisa usar o transporte público ou um aplicativo. “Na maioria das vezes eu sempre ando a pé, já que é mais rápido por conta do trânsito, quase sempre congestionado, e também as voltas que são necessárias dar quando estou de carro. Só em locais mais distantes é que peço uma corrida no aplicativo”, frisou.

Ter veículo é sinônimo de sucesso

O levantamento também questionou os mineiros se ter um veículo próprio seria sinônimo de sucesso pessoal. E as respostas surpreenderam: para as pessoas que não tem carro ou moto, cuja parcela significativa pretende comprar um automotor, 47,9% concordam com a associação. Já entre o grupo que possui um veículo, o panorama é diferente: 53,4% disseram que a afirmação não tem sentido. 

“Entre aqueles que não possuem veículo, há uma associação do carro a um sucesso pessoal. No entanto, vemos uma disposição maior dos indivíduos em deixar o carro de lado, caso o transporte público for de qualidade, com grade ampla de horários e ligando todos os pontos da cidade”, afirmou a coordenadora de pesquisa DATATEMPO, Audrey Dias.

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