Um estudo recente apontou que 97% das mulheres de baixa renda sentem medo ao caminhar nas ruas, principalmente em áreas urbanas do Rio de Janeiro e São Paulo. Os principais receios estão relacionados ao assalto, que preocupa 93% das entrevistadas, e ao estupro, mencionado por 89%. Além disso, o assédio e a discriminação racial foram apontados como temores adicionais, principalmente entre mulheres negras.
Apesar do medo, para muitas dessas mulheres, caminhar é uma necessidade diária, sendo a segunda forma mais comum de locomoção, atrás apenas do ônibus. A pesquisa indica que 69% delas caminham regularmente, embora 66% já tenham pedido companhia para evitar andar sozinhas e 63% tenham mudado de rota para se sentirem mais seguras. Especialistas destacam que o medo constante afeta a saúde mental dessas mulheres e limita seu acesso a determinados horários e áreas das cidades, criando trajetos específicos para evitar situações de risco.
Projetos como o Via Parque, em Caruaru (PE), são apresentados como alternativas para melhorar a mobilidade e a segurança. Transformando áreas degradadas em espaços públicos de uso prioritário para pedestres e ciclistas, esses projetos incentivam o uso seguro das ruas, especialmente à noite, promovendo uma cidade mais acessível para todos.
Fonte: Folhapress
Foto: Fred Magno/O Tempo