Um modelo de cálculo que busca avaliar a probabilidade de uma pessoa que teve Covid-19 desenvolver depressão, criado pelo mestrando Pedro Brandão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi premiado pela Sociedade Norte-Americana dos Atuários (Society of Actuaries) em um concurso internacional.
Para elaborar a fórmula, o mestrando usou dados do sistema de informações gerenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) – em que são registrados todos os procedimentos realizados pelos pacientes, como consultas e exames – em São Paulo.
Ele identificou todos os usuários que contraíram Covid-19 em junho de 2020 e, depois, os que foram diagnosticados com depressão em junho de 2021. Mais de 12 milhões de registros foram analisados.
Pedro avaliou o histórico dos pacientes no SUS ao longo desse período de um ano e um mês para verificar as semelhanças entre aqueles que tiveram depressão e, assim, criar variáveis para compor a formulação. Entre elas, o número de consultas realizadas desde o diagnóstico de Covid.
“Essas variáveis mostram o percurso no SUS até ele contrair a doença. A ideia é criar meios para que o plano de saúde ou o SUS consiga identificar de forma preventiva pacientes que têm maior propensão a ter depressão para melhorar a qualidade de vida deles e como forma de redução de custos: não precisar aplicar tratamento porque já foi feito um trabalho anterior”, explica Pedro, que é aluno do programa de pós-graduação em Estatística do Instituto de Ciências Exatas da UFMG.
O mestrando ganhou US$ 1 mil na premiação. Além disso, o artigo dele será publicado na revista da Sociedade Norte-Americana dos Atuários.
A intenção do estudante é apresentar a formulação para operadoras de saúde e também para o SUS.
Fonte: Globo Minas. Foto: Arquivo pessoal.