Na porta do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, grupos de pessoas em situação de rua têm se reunido para passar a noite. A escolha do local é motivada pela sensação de segurança que a presença constante da polícia e de profissionais da saúde proporciona. Muitos relatam evitar os abrigos da cidade por medo de contaminações e da presença de atividades criminosas nesses espaços.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) acompanham a situação, que é considerada dinâmica devido à rotatividade das pessoas. A estimativa da administração municipal é de que 5.344 pessoas estejam vivendo nas ruas da capital. No entanto, levantamento da UFMG aponta um número maior, chegando a 14.454 em março de 2025.
Entre os que dormem no entorno do hospital está Warlei Vínicius, de 46 anos, que vive nas ruas desde os 12 e afirma se sentir mais protegido ali, graças ao apoio da comunidade local. Outro é Roberto, de 54 anos, que perdeu o emprego durante a pandemia e destaca a união entre os moradores da rua, além da esperança de reconstruir a própria vida.
A reportagem também conheceu o trabalho voluntário de Max Casado de Melo, advogado e membro da Fundação Espírita Cárita. Ele participa da distribuição semanal de marmitas para pessoas em situação de rua. A ação, segundo ele, tem como motivação a prática da caridade, um dos pilares da doutrina espírita, e é realizada com o objetivo de aliviar a fome e proporcionar acolhimento.
A prefeitura afirma que tem ampliado os serviços voltados à população de rua, incluindo ações nas áreas de habitação, saúde, educação e emprego. Destaca também a criação da Diretoria de Políticas para a População de Rua, Migrantes e Refugiados, além da oferta de mais de 1.700 vagas em 20 unidades de acolhimento. Apesar dos esforços, reconhece que muitos ainda resistem aos abrigos por questões sanitárias e de segurança, e reforça que segue buscando formas de qualificar o atendimento.
Foto: Daniel de Cerqueira / O TEMPO
Fonte: O Tempo
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