sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Pessoas entre 25 a 34 anos são as que mais rejeitam vacina, aponta estudo

Por Dentro De Tudo:

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Chegando a quase um ano da campanha de vacinação contra o coronavírus, o Brasil está prestes a alcançar 50% da população com as duas doses da vacina. Os dados são otimistas, mas países que começaram a imunização mais cedo enfrentam uma nova onda de casos por conta daqueles que se recusam a se vacinar. 

O mesmo pode acontecer no Brasil? Foi esta dúvida que motivou uma pesquisa desenvolvida pela Consultoria de Data Science, Ilumeo, chamada Delfos Vacinas, feita em parceria com a Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), que aponta quais as preferências e atributos de marca que mais impactam na hora da imunização.

Desenvolvida pela Ilumeo, “Delfos” é uma metodologia de brand tracking para mensurar a saúde e a força das marcas. Para a pesquisa sobre as vacinas, os atributos avaliados pela pesquisa derivam de escalas de personalidade e tipologia de marca. Também foi avaliado o efeito país de origem de cada imunizante. 

“Fazemos isso por meio da construção de um modelo de equações estruturais, um conjunto de diversos algoritmos de computador, métodos estatísticos e modelos matemáticos que trabalham juntos para que se possa compreender a estrutura de inter-relações entre diferentes fatores não observáveis”, disse Otávio Freire, sócio e head da Illumeo.

Ao todo foram 3.059 respondentes, sendo que 51% tomaram ao menos uma dose da vacina. 48% são da classe C, seguido de 29% das classes D e E e 21% da B. Em questão de região, 40% são do Sudeste, 29% do Nordeste e 14% do Sul.

Compreender por que ainda existem indivíduos que não se vacinam é vital para o enfrentamento da pandemia, já que é necessário uma alta taxa de vacinação para o vírus ter uma circulação baixa. Por trás dos antivacinas ou sommeliers existe uma gama de fatores individuais, culturais, políticos e econômicos. Veja detalhes da pesquisa:Veja também

CoronaVac e AstraZeneca são as mais rejeitadas

Apesar de serem as primeiras marcas que vêm à cabeça dos participantes (36% e 30%, respectivamente), a CoronaVac e a AstraZeneca são os imunizantes mais rejeitados pelo mesmo grupo.

A vacina da chinesa Sinovac, fabricada pelo Instituto Butantan no Brasil, figura no topo da rejeição, com 15% menos preferência e 7% mais rejeitada, seguida pela da AstraZeneca com 19% menos preferência e 4% mais rejeitada.

A CoronaVac tem pouca confiança por ser vista como um imunizante de menor eficácia em comparação com os outros. A informação é exagerada, porque a vacina chinesa protege tanto quanto as outras. Ela é eficiente para casos graves e, de acordo com estudo, é a que mais previne mortes.

Já o medo em volta da AstraZeneca é por conta dos raros efeitos colaterais. A formação de coágulos sanguíneos em alguns vacinados levou até ao interrompimento da distribuição do imunizante na Europa no meio deste ano, mas foi retomada após cientistas confirmarem a raridade do efeito colateral.

A ocorrência foi de 1 caso a cada 250.000, ou taxa de 0,0004%. Em comparação, para mulheres que usam anticoncepcional oral, o risco de desenvolver tromboembolismo venoso é 4 a 6 vezes maior do que as que não fazem uso do remédio.

Os imunizantes da Pfizer e da Janssen dominam a preferência dos brasileiros, com 17% de aprovação e somente 1% de rejeição cada. São bem aceitas no Brasil por serem usadas em países como os Estados Unidos e, no caso da Janssen, por ser de dose única.

Quem não quer vacinar?

O levantamento mostrou que oito em cada dez respondentes não rejeitariam nenhuma vacina, apesar de possivelmente preferirem uma ou outra. Já 42% das pessoas entre 25 a 34 anos são os que mais rejeitam a vacina contra a covid

Nos Estados Unidos, o país voltou a registrar o aumento de casos e morte de junho para cá e atualmente contabiliza mais de 41 milhões de habitantes infectados e 660 mil vidas perdidas.

“Por lá, a campanha está estagnada e o progresso da vacinação bateu na barreira erguida pelos americanos que resistem à imunização. A ideia da pesquisa é justamente, por meio dos dados, checar as chances do mesmo acontecer aqui no Brasil”, comenta Freire.

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