A Polícia Federal no Amazonas instaurou um procedimento para apurar denúncias de maus-tratos sofridos por brasileiros deportados dos Estados Unidos. Entre as acusações estão agressões físicas, uso de algemas e correntes, e falta de alimentação durante o voo de repatriação.
O voo, fretado pelo governo americano, saiu da Louisiana, fez escala no Panamá e pousou em Manaus para reabastecimento antes de seguir para Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Durante a parada, passageiros relataram problemas no ar condicionado da aeronave, o que gerou mal-estar entre crianças, idosos e mulheres. A situação levou ao desembarque forçado pelos passageiros, que abriram as portas de emergência.
Dos 88 deportados, muitos relataram agressões enquanto estavam algemados e acorrentados. Um dos passageiros disse que permaneceram cerca de 50 horas presos por correntes nas mãos, pés e cintura, sem possibilidade de movimento. A Polícia Federal ordenou a remoção das algemas e, diante da resistência dos agentes americanos em liberar os deportados, o governo brasileiro enviou um avião da FAB para transportar os passageiros em condições mais seguras.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores considerou inaceitáveis as condições do voo e afirmou que as práticas violaram o acordo bilateral de 2018, que prevê tratamento digno aos repatriados. O governo brasileiro pediu explicações à Casa Branca e às autoridades americanas responsáveis pela imigração.
Fonte: g1
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