Pesquisadores do Food Packaging Forum, uma organização suíça especializada em materiais de contato com alimentos, identificaram cerca de 200 substâncias potencialmente associadas ao câncer de mama em itens como embalagens, utensílios e potes vendidos globalmente, incluindo no Brasil. O estudo, publicado na revista Frontiers in Toxicology, analisou produtos de países como Canadá, China, Estados Unidos, Alemanha e Brasil, encontrando que 76% dos químicos estavam presentes em plásticos.
Jane Muncke, coautora do estudo, destacou que essa descoberta representa uma oportunidade crucial de prevenção da exposição humana a produtos químicos que podem causar câncer de mama. A análise foi baseada em uma lista do Instituto Silent Spring, que identificou substâncias potencialmente cancerígenas, somadas a dados do banco de informações do FCCmigex.
Entre as 909 moléculas mapeadas, 189 (21%) foram encontradas em materiais de contato com alimentos, com 30 apresentando evidências diretas de carcinogênese em animais. O estudo também apontou que a maioria dos carcinógenos detectados são desreguladores endócrinos ou possuem propriedades genotóxicas, com plásticos sendo os materiais mais comuns para essas substâncias.
Os pesquisadores ainda chamaram atenção para falhas nas regulamentações que controlam a presença de substâncias tóxicas em materiais de contato com alimentos, ressaltando que a exposição crônica a esses químicos é uma questão global, subestimada e que merece mais atenção das autoridades de saúde.