Uma operação da Polícia Militar desmantelou, nesta sexta-feira (10), um esquema de adulteração de bebidas alcoólicas que funcionava em um galpão às margens da rodovia MG-424, na altura do bairro Vila Ical, em São José da Lapa, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária após a constatação de diversas irregularidades.
De acordo com a PM, as equipes foram acionadas após uma denúncia anônima indicando que o galpão estaria sendo usado para falsificar bebidas. Ao chegarem ao local, os militares perceberam movimentação interna e tentaram contato com as pessoas que estavam dentro do imóvel, mas o portão permaneceu trancado. Em seguida, dois homens foram vistos fugindo pelos fundos e acabaram sendo presos nas proximidades.
No interior do galpão, os policiais encontraram um caminhão carregado com engradados de garrafas de cerveja — algumas cheias e outras vazias — além de rótulos, tampas, cola e equipamentos usados na adulteração, como uma prensa para lacrar garrafas. Havia rótulos e tampas de marcas conhecidas, como “Original” e “Brahma”, além de embalagens antigas de cervejas mais baratas, como “Lokal” e “Acerta”, o que indica que os produtos estavam sendo falsificados para venda com valor comercial superior.
Também foram localizadas embalagens vazias de soda cáustica, material que pode ter sido utilizado para retirar rótulos antigos das garrafas. Segundo a perícia técnica, o ambiente apresentava condições insalubres, com acúmulo de lixo e forte odor químico.
Os dois suspeitos detidos afirmaram que haviam sido contratados para trabalhar no local e que não conheciam os demais envolvidos. Eles disseram ser de outro estado e alegaram ter vindo a Minas Gerais sob promessa de emprego. Ambos apresentavam escoriações pelo corpo em razão da tentativa de fuga e foram encaminhados para atendimento médico antes da prisão.
O proprietário do imóvel compareceu ao local e informou que havia alugado o galpão a um homem que se identificou como empresário, apresentando documentos e certidões aparentemente regulares. Ele afirmou não saber que o espaço estava sendo usado para atividades ilegais.
A Vigilância Sanitária interditou e lacrou o galpão, deixando sob a custódia do proprietário cerca de 238 engradados de garrafas e 80 engradados vazios, além de caixas de rótulos e tampas. O caminhão encontrado no local foi removido para o pátio credenciado de Vespasiano.
A perícia recolheu amostras das bebidas, documentos e celulares apreendidos para análise. A Polícia Civil dará sequência às investigações para identificar outros envolvidos e confirmar se há ligação com casos semelhantes registrados recentemente em Betim.
Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais