A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul intensificou o treinamento dos atendentes do Centro de Operações da PM (Copom) para identificar sinais e códigos discretos de socorro durante ligações ao número 190. A iniciativa ganhou destaque após o caso de uma mulher, em Campo Grande, que fingiu estar ligando para uma farmácia pedindo “dipirona”, quando, na verdade, usava o termo como código para denunciar violência doméstica.
A ação rápida da PM permitiu o resgate da vítima sem ferimentos e a prisão do agressor. De acordo com dados divulgados pela corporação, mais de 200 chamadas relacionadas à violência doméstica foram recebidas apenas nos primeiros dias de agosto.
Treinamento humanizado
O tenente-coronel Andrew Xavier destacou que os policiais do Copom passam por treinamentos baseados em três pilares:
- Reconhecimento de códigos e sinais indiretos de socorro;
- Escuta ativa e atendimento humanizado;
- Agilidade no envio das viaturas e comunicação estratégica.
Esses profissionais possuem experiência em rádio-patrulha, o que, segundo Xavier, amplia a sensibilidade e o senso de responsabilidade durante o atendimento. No caso da “dipirona”, o policial conduziu o diálogo com perguntas codificadas, como:
“A senhora confirma aí, se for positivo a informação, a senhora fala dipirona novamente. É seu marido?”
“Sim, é a dipirona, sim”, respondeu a vítima.
O policial então perguntou sobre a intensidade da agressividade, usando “miligramas” como escala. A vítima respondeu “30”, o nível mais alto, permitindo a rápida intervenção da equipe.
Apoio e prevenção
A subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos, destacou que muitas vítimas não conseguem denunciar formalmente, o que torna fundamental o preparo dos profissionais que atuam na linha de frente. “A escuta humanizada e o não julgamento são essenciais para salvar vidas”, pontuou.
O treinamento inclui agentes que atuam em áreas rurais, indígenas e ribeirinhas, reconhecendo a diversidade de contextos onde a violência doméstica ocorre, geralmente dentro da própria casa da vítima.
Após o atendimento, a mulher retornou o contato dias depois para agradecer aos policiais pelo acolhimento e pela ajuda.
Fonte: G1 / TV Morena
Foto: Reprodução/TV Morena
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