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domingo, 22 de setembro de 2024

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Policial processa vítimas por ‘dano ao casamento’ após ser inocentado de assédio

Por Dentro De Tudo:

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O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas Gerais, alvo de denúncias de assédio sexual e moral por seis mulheres, incluindo uma adolescente de 16 anos, está agora pedindo indenizações por danos morais contra algumas das denunciantes, exigindo valores que variam de R$ 56 mil a R$ 500 mil. O policial alega que as denúncias prejudicaram seu casamento, embora tenha sido inocentado pela Corregedoria-Geral da PRF.

O processo administrativo que o absolveu tornou-se público apenas após o policial processar as vítimas, utilizando as mil páginas do inquérito como prova de sua inocência. Em ações na Justiça comum, ele argumenta que perderia sua única fonte de renda se fosse exonerado, o que o deixaria incapaz de sustentar sua família.

Os advogados do policial afirmam que as denúncias foram amplamente divulgadas na PRF-MG, abalando sua estrutura familiar. A defesa alega que o processo foi conduzido conforme a legalidade, com todas as vítimas sendo ouvidas e tendo a oportunidade de relatar suas experiências.

Desde a divulgação dos detalhes da investigação pela reportagem de O TEMPO, o número de assinaturas na Carta Aberta, produzida por mulheres da PRF, quase dobrou, passando de 350 para mais de 600. A carta expressa indignação com a insegurança jurídica enfrentada pelas vítimas de assédio e reivindica melhorias no combate ao assédio na corporação.

As denúncias contra o inspetor incluem relatos de uma policial que alegou ter sido beijada à força, e uma adolescente de 16 anos que descreveu situações de assédio durante caronas oferecidas pelo inspetor. Outras servidoras também relataram toques inadequados e perseguição.

O caso destaca a vulnerabilidade das vítimas de assédio que, ao buscarem justiça, enfrentam processos jurídicos que as colocam em uma posição ainda mais difícil. A Carta Aberta pede maior prevenção e canais de denúncia, além de uma presença feminina nas comissões de avaliação de casos de assédio.

Foto: FLÁVIO TAVARES / O TEMPO

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