A pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (17), mostra que a recuperação da popularidade do presidente Lula (PT), iniciada em julho após o confronto com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, perdeu força. A desaprovação ao governo permanece em 51%, enquanto a aprovação segue em 46%, os mesmos índices registrados em agosto.
De acordo com o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os programas sociais mantêm boa aceitação, mas deixaram de gerar impacto político. “Mais brasileiros consideram que esses benefícios são direitos consolidados, e não concessões do governo. Isso esvazia o retorno político”, explicou.
Na economia, houve melhora na percepção de empregabilidade: 41% dizem estar mais fácil encontrar trabalho em comparação a um ano atrás. Porém, a alta nos preços dos alimentos continua sendo o principal ponto de desgaste, com 61% relatando aumento nas compras de mercado.
Outro dado relevante é que 61% dos entrevistados acreditam que Lula perdeu conexão com a população, enquanto 58% avaliam que o país segue na direção errada — número que vem crescendo desde o fim de 2024.
Sobre Jair Bolsonaro (PL), o levantamento mostra que 55% dos brasileiros acreditam que houve tentativa de golpe de Estado e 54% consideram que o ex-presidente participou ativamente. O índice dos que enxergam o julgamento no Supremo Tribunal Federal como imparcial subiu de 36% para 42%, enquanto a percepção de perseguição caiu para 47%.
A defesa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes também perdeu força: 52% são contra e 36% a favor. Para Felipe Nunes, o resultado indica que “Lula viu sua recuperação interrompida, enquanto Bolsonaro enfrenta maior rejeição pública. O único fortalecido foi Alexandre de Moraes”.
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas entre 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Fonte: g1. Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL