O café, um dos produtos mais consumidos no Brasil e no mundo, se tornou um dos principais vilões da inflação em 2024. Com uma alta acumulada de quase 40%, o grão atingiu o maior preço da história e, consequentemente, pressionou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou acima do teto da meta do governo federal. Para os consumidores brasileiros, que já enfrentam uma carga elevada de preços no mercado, a notícia de novos reajustes em 2025 não é animadora.
Desde 2023, os brasileiros têm sentido no bolso o aumento constante no valor do café. O impacto foi tão expressivo que o grão foi nomeado o “vilão da inflação”, superando outros itens da cesta básica. Mas, ao contrário de uma possível queda nos preços, o mercado enfrenta novos desafios. As previsões indicam que o valor do café deve continuar subindo, principalmente nos primeiros três meses de 2025.
O que explica o aumento?
A principal razão para os preços elevados é a queda na produção brasileira, que enfrentou severas secas ao longo de 2024. O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, teve sua produção afetada, o que diminui as expectativas de uma boa colheita para 2025. O impacto das secas prejudicou principalmente as principais regiões produtoras, comprometendo a oferta do grão.
Além disso, a demanda global tem se mostrado cada vez mais crescente, especialmente em países como a China, onde o consumo de café mais do que dobrou nos últimos dez anos. Esse aumento no consumo global tornou o café a segunda commodity mais negociada em volume no mundo, atrás apenas do petróleo.
No cenário climático, o Brasil não está sozinho. O Vietnã, outro gigante produtor de café, também sofreu com problemas climáticos e queda na produção. Essa combinação de fatores – menor oferta e maior demanda – tem gerado uma pressão constante sobre os preços do café.
Desafios para 2025
Com a colheita de 2024 abaixo das expectativas e uma crescente demanda mundial, os produtores brasileiros já anunciaram que os preços do café devem continuar em alta, principalmente no início de 2025. De acordo com especialistas do setor, os reajustes podem ser mais frequentes nos primeiros meses do ano, o que deve impactar diretamente no custo do consumo doméstico.
Para o consumidor brasileiro, a situação é preocupante. O aumento do preço do café reflete diretamente no bolso, afetando famílias e, principalmente, os pequenos comerciantes e estabelecimentos que dependem do produto. A expectativa de um alívio no preço do café, por enquanto, é remota, e as perspectivas apontam para um cenário de continuidade dos reajustes, ao menos no curto prazo.
O café, tão presente na mesa do brasileiro, segue sendo um indicador da inflação, com reflexos tanto no mercado interno quanto nas trocas comerciais internacionais. Para 2025, todos os olhos estão voltados para a produção e as oscilações do mercado, que podem trazer mais desafios para quem não abre mão de um bom café, seja no café da manhã ou em outros momentos do dia.