O preço da carne bovina pode aumentar nos açougues de todo o país nas próximas semanas. A alta está relacionada à menor oferta de animais para abate e à transição do período de estiagem, fatores que impactam diretamente o setor pecuário.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o início de outubro já registra elevação nos preços da carne em várias regiões do país. O tempo seco e a falta de pastagem reduzem a disponibilidade de animais prontos para o abate, pressionando o valor da arroba e, consequentemente, o preço ao consumidor.
De acordo com a analista de agronegócio da Faemg Senar, Mariana Simões, a seca geralmente leva produtores a abater mais animais por dificuldade de manejo. No entanto, o atual ciclo pecuário apresenta um cenário oposto. “Nos últimos meses tivemos recordes de abate de fêmeas, o que reduziu o número de bezerros e de gado disponível. Isso deve provocar uma recuperação de preços ao produtor e alta ao consumidor”, explica.
A expectativa é que esse movimento de alta se estenda até 2026. “Havia previsão de estabilização neste semestre, mas ela não se confirmou. Estamos no início de uma recuperação gradual do preço da carne bovina”, completa Simões.
O coordenador de bovinocultura da Emater-MG, Nauto Martins, destaca que, apesar de um regime de chuvas mais regular em 2025, o pasto ainda sofre com baixa qualidade, o que pode afetar também a carne e o leite. “Menor teor de gordura na carne e queda na produção leiteira são reflexos diretos da seca”, explica.
Com a oferta restrita e custos de produção ainda elevados, o consumidor deve preparar o bolso: a carne bovina pode ficar mais cara nos próximos meses.
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Fonte: O Tempo
