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Presidente da Stellantis aponta que 2022 será o ano do braço francês do grupo

Por Dentro De Tudo:

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O ano de 2021 certamente está longe de ser um período para se guardar no coração. Mas a Stellantis (grupo que tem na carteira as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram) não tem do que reclamar, principalmente o presidente para América do Sul, o napolitano Antonio Filosa. O grupo acumulou 32% dos emplacamentos, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Em números, são 635 mil unidades, num mercado que licenciou 1,97 milhão de unidades. O volume do mercado brasileiro foi responsável pela liderança do grupo também na América do Sul, com 22% de participação e um total de 811 mil carros vendidos.

Esmiuçando o desempenho de cada marca, a Fiat vendeu 493 mil unidades (431 mil, no Brasil), enquanto a Jeep emplacou 169 mil carros, sendo 148 mil só no Brasil. Correndo por fora, Peugeot e Citroën acumularam 147 mil licenciamentos, sendo 63 mil no mercado brasileiro. Já a Ram, que opera com modelos importados, vendeu 12 mil carros no continente, sendo 2,7 mil por aqui.

Nesse cenário, Fiat e Jeep têm garantido capacidade de produção em patamares elevados. Em Goiânia, a planta opera praticamente no limite, enquanto a unidade mineira, com capacidade anual de 800 mil unidades, opera abaixo dos 50%, já que a Toro é montada em Goiana e o Cronos na Argentina. No entanto, o mesmo não pode ser dito da unidade de Porto Real (RJ), destinada para os modelos Peugeot e Citroën e que sobrevive com apenas dois modelos: 2008 e C4 Cactus, emplacaram apenas 27,2 mil unidades. 

Tabuleiro

Questionado sobre a performance das marcas e se Fiat e Jeep teriam atingido seu limite de mercado, o presidente da Stellantis foi enfático. 

“Queremos crescer mais no Brasil e vamos crescer. Hoje, Peugeot e Citroën entregam menos do que podem entregar. Inclusive temos potencial para ampliar nossa participação em todo continente. Podemos melhorar nossa performance nos mercados chileno e colombiano”, explica o executivo.

“Peugeot e Citroën representam uma das maiores alavancas de crescimento para o futuro, pois partiram de números muito abaixo do que podem representar, assim como RAM. Elas podem fazer mais do que vinham fazendo antes da fusão da Stellantis. Em Porto Real vamos colocar nosso principal lançamento para o ano, que é o C3, e vai rapidamente acabar com a ociosidade da fábrica. Também lançaremos o segundo SUV da Fiat, que elevará o volume em Betim”, garante. 

Para ganhar participação e competitividade, Filosa aponta que o segredo está na sinergia entre as marcas. De fato, o Citroën C3, grande aposta do grupo para 2022, é fruto dessa integração. O carro tem sido desenvolvido com a participação dos times de engenharia das diferentes unidades do grupo, como Porto Real, Betim e Palomar. “Acredito que temos um arsenal de brands, produtos e sinergias que nos ajudam a direcionar as tendências de mercado e reação dos competidores”, comenta.

Ainda segundo o executivo, fatores como a pandemia, crise dos semicondutores e a chegada da nova variante ômicron forçaram remanejamentos nos cronogramas de investimentos e lançamentos. 

“Fui um dos primeiros a dizer que a crise não seria rápida. Mas sou otimista de forma racional, mas ainda não chegamos a uma solução. Mais que tentar criar números hipotéticos, precisamos prever adversidades como a ômicron. Assim, o plano de investimento está indo com pequenos atrasos, devido a parada de 55 dias em todas as plantas em 2020. Estamos remanejando os recursos, mas sem alterações no montante”, aponta.

Filosa também comentou sobre os desafios de posicionar diversas marcas e não deixar que os produtos de uma impactem no desempenho das outras.

“O Pulse é um lançamento num espaço que não estávamos operando. E quando pensamos no Pulse, com uma visão integrada, a gente posiciona cada produto para evitar ou mitigar a canibalização. Competição interna é muito positiva desde que seja planejada”, explica.

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