Entregadores e motoristas de aplicativos, exemplo dos últimos dois anos, marcaram greve para amanhã, terça-feira (29) por melhoria em serviços e condições oferecidas por empresas como Uber, 99 e iFood. O protesto é nacional. A previsão é de que haja adesão em 16 cidades de todo o país.
Em Belo Horizonte, a princípio, parte da categoria defende uma greve escalonada de três dias a partir de amanhã, mas há ainda divergências sobre a extensão do movimento. Entregadores por aplicativos definiram concentração na sexta-feira (1/4), a partir de 9h, no calçadão da Savassi, e carreta e manifestação, às 15h, saindo da praça da Estação. Os entregadores prometem paralisar completamente os serviços de delivery durante o fim de semana.
Entre as pautas dos entregadores ao iFood estão o fim da necessidade de agendar previamente o horário de trabalho, além do fim da obrigação de duas ou mais entregas numa mesma corrida. Eles reivindicam ainda que o atendimento seja feito por humanos, e não robôs, pedem o fim dos “bloqueios injustos da plataforma” e a distribuição de pedidos igualitária entre as modalidades de entregadores, além do reajuste anual de taxas.
A iFood anunciou, no dia 17, um reajuste na taxa mínima, por corrida, que passou a ser R$ 6. Atualmente o valor é de R$5,31. A empresa também vai reajustar por quilômetro rodad oem 50%. O valor vai passanr de R$1 para R$1,50. As mudanças devem entrar em vigor no sábado (2/4).
No caso dos motoristas de passageiros, segundo o presidente da Associação Dos Prestadores De Serviço Que Utilizam Plataformas Web E Aplicativos De Economia Compartilhada – Appec, Warley Leite, as reivindicações da categoria são reajuste nas taxas em 40%, fim dos agendamentos e das corridas duplas.
Motoristas demandam que a porcentagem de cada corrida que fica com a empresa seja fixa de 20% e que o deslocamento até o passageiro seja pago. Outra reivindicação é que o valor mínimo da corrida passe para R$10 e que se instalem câmeras nos carros das motoristas mulheres.
No dia 11 de março, a plataforma POP 99 anunciou o pacote Mais Ganhos 99, com medidas como o Taxa Zero que, segundo a empresa, “oferece aos condutores 100% do valor das corridas em períodos e cidades específicas, além de mais ganhos com o recebimento por taxa de congestionamento, e taxa de deslocamento. Há, inclusive, casos em que é empregada a taxa negativa, ou seja, o valor repassado ao motorista é maior que o pago pelo passageiro e esta diferença é custeada pela empresa para democratizar o acesso das pessoas.”
A Uber anunciou na mesma data, pacote de medidas “para ajudar a mitigar os custos dos motoristas parceiros com a mais recente alta dos combustíveis. Serão investidos cerca de R$ 100 milhões no Brasil nas próximas semanas em iniciativas voltadas ao aumento nos ganhos e redução dos custos dos nossos parceiros, além de um reajuste temporário no preço das viagens”, informou.
O protesto batizado de “Apagão de aplicativos” deve acontecer nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Carapicuíba (SP), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Aracaju (SE), Teresina (PI), Manaus (AM), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Caruaru (PE), Garanhuns (PE), Petrolina (PE), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).
As plataformas foram acionadas pela reportagem para se manifestarem sobre os protestos da semana, mas não responderam até a publicação desta matéria, que será atualizada, caso haja uma resposta.