Neste sábado (25), o centro de Belo Horizonte foi palco da 1ª Edição da Parada Negra LGBT, organizada pela Rede Afro LGBT. O evento, com suas vibrantes cores e mensagens de diversidade, contrastou com os prédios cinzentos da região, destacando a importância da inclusão e da igualdade para a comunidade LGBTQIAPN+.
Homenagem e Resgate Histórico
A parada teve como um de seus objetivos o resgate histórico do movimento LGBT na capital mineira. Durante o evento, foram homenageadas figuras importantes, como Soraya Menezes e Carlos Magno, que contribuíram significativamente para a luta pelos direitos da população LGBTQIAPN+. Thiago Santos, estudante de Serviço Social e coordenador da Rede Afro LGBT em Minas Gerais, enfatizou a importância dessas personalidades na defesa de diversas causas sociais, incluindo educação e saúde.
Tema e Pautas do Movimento
Com o tema “Do Erê ao Ancestral – Pela Vida das Juventudes Negras”, o evento também focou na juventude negra, discutindo questões como saneamento básico, acesso universal à educação e saúde mental. Thiago Santos destacou a necessidade de espaços e oportunidades para os jovens, lamentando a falta de suporte que leva muitos à marginalização.
Relatos de Preconceito
Diversas pessoas compartilharam suas experiências de discriminação. Gabriela Camargo, uma cuidadora de idosos de 27 anos, relatou que foi discriminada durante uma entrevista de emprego por ser trans e que a polícia não deu importância à sua denúncia. Paula Rodrigues, uma cabeleireira de 43 anos, desabafou sobre ser atacada pela sua aparência e criticou a falta de reconhecimento do preconceito.
Avanços e Desafios
Natália Manga, designer de 34 anos, enfatizou a necessidade de conscientização e educação para combater o preconceito, apontando que apenas a empatia e a presença de negros e LGBT em posições de poder podem promover mudanças significativas. Ela destacou a importância de aumentar a visibilidade e representação dessas comunidades na política.
Necessidade de Políticas Eficazes
Thiago Santos criticou a falta de investimento nas políticas existentes para a população LGBTQIAPN+, afirmando que elas precisam ser implementadas de forma mais efetiva. Ele ressaltou a necessidade de priorizar essas políticas para que possam realmente fazer a diferença.
Inspiração Internacional
A Parada Negra LGBT em Belo Horizonte foi realizada no Dia da África, 25 de maio, e se inspirou no movimento “Black Pride”, iniciado em 1991 nos Estados Unidos. Eventos similares já ocorrem em outras cidades brasileiras, como São Paulo e João Pessoa, e agora fazem parte do calendário anual da comunidade LGBT em Belo Horizonte.
A primeira edição da Parada Negra LGBT em Belo Horizonte foi um marco importante na luta por igualdade, inclusão e reconhecimento dos direitos da população LGBTQIAPN+. O evento não apenas celebrou a diversidade, mas também destacou a necessidade contínua de lutar contra o preconceito e promover políticas efetivas para todos.
Foto: Videopress Produtor
