Você saberia o que fazer se uma pessoa ao seu lado começasse a chorar sem parar, perder o ar ou entrar em pânico? Os primeiros socorros emocionais são medidas simples, mas fundamentais, que ajudam a acolher alguém em sofrimento psíquico até que a ajuda profissional seja acionada.
Segundo a psicóloga e professora das Faculdades Pequeno Príncipe, Iara Giraldi, qualquer pessoa pode aprender a oferecer apoio inicial. “Não é necessário ser psicólogo para agir com empatia e respeito nesses momentos”, destaca.
As manifestações de uma crise emocional variam bastante: afastamento social, olhar perdido, choro incontrolável, hiperventilação, sensação de sufocamento, tremores, dificuldade de raciocínio e suor excessivo são alguns sinais comuns. Muitas vezes, a pessoa descreve a experiência como se estivesse “desligando” ou perdendo o controle da mente e do corpo. Por isso, minimizar o sofrimento com frases como “isso é frescura” ou “pensa em coisa boa” só aumenta a sensação de isolamento.
As ações centrais dos primeiros socorros emocionais incluem acolher, escutar e proteger. Algumas orientações práticas são: permanecer com a pessoa para que ela não se sinta sozinha, oferecer um ambiente seguro e calmo, falar com serenidade usando frases curtas como “você está segura” ou “estou aqui com você”, evitar julgamentos ou conselhos rápidos e não tocar sem permissão, já que o contato físico pode assustar. Em situações graves, é essencial acionar serviços de emergência, como SAMU, UPA, pronto-socorro ou hospitais.
Após a crise, o acompanhamento profissional não pode ser negligenciado. A professora Iara reforça que crises emocionais não são sinais de fraqueza, mas alertas de que algo precisa de cuidado. Familiares e amigos também devem buscar orientação, já que apoiar quem sofre exige preparo e atenção.
No livro A Crise Suicida, o professor Ney Roberto Botega ressalta medidas após episódios de risco de vida, como manter o paciente seguro, esclarecer e apoiar familiares, garantir acompanhamento especializado e monitorar a adesão ao tratamento.
As Faculdades Pequeno Príncipe reforçam que a saúde mental faz parte do cuidado integral do ser humano. Na formação dos estudantes, há preparo para o acolhimento ético e humano em situações de emergência emocional.
O recado final de Iara resume o propósito dos primeiros socorros emocionais: agir com empatia pode salvar vidas. E, muitas vezes, o primeiro passo é simplesmente dizer: “você não está sozinho”.
Fonte: g1 – Crédito da foto: Divulgação