Fraudadores se passam por funcionários de bancos para capturar cartões e senhas das vítimas.
O Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) alerta: tome muito cuidado com as ligações telefônicas ou mensagens que você recebe de pessoas que se identificam como funcionários de bancos ou de operadoras de cartão de crédito. Existe o risco de que sejam golpistas que, sob a falsa alegação de que o consumidor teve seu cartão clonado, tentam convencer a vítima a revelar seus dados pessoais e bancários, incluindo senha de cartões. De posse dessas informações, esses fraudadores fazem compras utilizando os cartões, conseguem empréstimos fraudulentos e provocam outros prejuízos financeiros às vítimas.
Um dos golpes mais praticados é o chamado “do motoboy”, em que o golpista se passa por funcionário do banco ou da administradora de cartões. Ele diz à vítima que seu cartão provavelmente foi clonado porque haveria compras suspeitas em seu nome e que por isso será necessário cancelar o cartão. Em seguida, orienta que a pessoa digite alguns dados no telefone, entre eles a senha do cartão, para que esse cancelamento seja efetivado imediatamente. Depois diz que o cartão deve ser cortado ao meio e entregue a um motoboy que vai buscá-lo na casa do cliente. Com todos os dados necessários em mãos, os golpistas passam a fazer compras no cartão, provocando milhares de reais de prejuízo.
Segundo o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, os fraudadores utilizam técnicas da chamada “engenharia social”, que é um conjunto de estratégias computacionais e psicológicas para manipular a vítima e convencê-la a fornecer seus dados pessoais e bancários. “São quadrilhas muito habilidosas e persuasivas, que muitas vezes fazem as pessoas acreditarem na veracidade da situação”, afirma. Em alguns casos, os golpistas pedem até que a vítima escreva uma carta de próprio punho informando que não reconhece o suposto uso indevido do seu cartão, tudo para tornar a argumentação ainda mais convincente.
Como evitar
Caso receba alguma ligação nesse sentido, o consumidor deve evitar fornecer qualquer informação antes de ter certeza de quem está no outro lado da linha. “Não tenha vergonha de desligar o telefone e ligar você mesmo para o banco ou operadora do cartão”, afirma Marcelo Barbosa. Mas atenção: em alguns casos, os fraudadores grampeiam os telefones das vítimas por alguns minutos, de forma que a ligação pode ser direcionada para um número dos próprios golpistas. Por isso, a forma mais segura é utilizar uma outra linha telefônica para entrar em contato com a instituição financeira.
Outra coisa que o consumidor deve saber é que os bancos jamais pedem de volta um cartão cancelado e muito menos enviam motoboys para buscá-lo. “Se isso for proposto a você, não acredite, pois trata-se de uma tentativa de golpe. Nunca entregue seu cartão a ninguém e jamais informe sua senha por telefone ou respondendo a uma mensagem de e-mail ou whatsapp”, orienta o coordenador do Procon Assembleia.
O consumidor que for vítima desse golpe deve registrar um boletim de ocorrência policial e fazer uma reclamação no Procon de seu município. “De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 14, a responsabilidade dos fornecedores é objetiva e a não proteção dos dados dos consumidores pode ser considerada falha na prestação do serviço, cabendo aos fornecedores o ônus de eventuais negligências”, conclui Marcelo Barbosa.