Dados divulgados pelo Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério da Saúde revelam a queda de 20% no número de procedimentos diagnósticos realizados no Sistema Único de Saúde em 2020. O levantamento aponta ainda que pouco mais de 785 milhões de exames foram feitos em todo o país no ano passado.
A baixa foi um dos principais efeitos da pandemia que resultou em consultas adiadas e tratamentos atrasados, impactando diretamente em toda a cadeia de saúde, com diagnósticos cada vez mais tardios e altos índices de doenças detectáveis em exames de rotina, como o câncer de mama e doenças do coração. A boa notícia é que a queda do número de casos de Covid 19 e os efeitos positivos da vacinação motivam a retomada segura da economia e inspiram a conscientização popular sobre a importância dos cuidados preventivos.
Em São José dos Campos, por exemplo, que chegou a registrar altas taxas de ocupação dos hospitais, os reflexos positivos são sentidos nos laboratórios da região. Na cidade, uma série de medidas de relaxamento estabelecidas pelas autoridades públicas, como a realização de eventos com a presença de público, surtem efeitos positivos e a retomada segura das atividades econômicas está inspirando mais atenção à saúde. De acordo com Jordânio Alves, gestor do Grupo Sabin, referência em medicina diagnóstica e um dos principais laboratórios da cidade, a procura por exames de rotina começou a ser notada com mais intensidade já no primeiro semestre deste ano. “Desde janeiro, observamos uma procura bastante elevada pelos exames de covid, porém nos primeiros meses foi possível notar clientes retornando para colocar em dia exames de rotina. Constatamos um aumento expressivo principalmente nos exames que medem os índices glicemia, taxas de colesterol, exames de monitoramento renal e controles da vitamina D. De uma forma geral, o aumento chegou a quase 50% no 1º semestre de 2021”, destaca.
Jordânio detalha também que os reflexos da pandemia começaram a ser notados em março de 2020 quando o movimento de clientes reduziu em 21%. “Pouco tempo depois, em abril, a diminuição chegou a quase 60%. Naquele mês mais de 10 mil pacientes deixaram de investir nos cuidados com a saúde”, destacou. O executivo conta também que a queda permaneceu até o final de maio e somente em junho o movimento voltou ficar estável. “É importante destacar que essa estabilidade não está ligada aos exames de rotina ou aos checkups, mas para detecção da Covid 19 e foi assim, uma procura intensa, até dezembro de 2020. Foi um período de muito investimento por parte das empresas da região e das famílias com viagens programadas”, observou.
Referência em medicina diagnóstica, o Grupo Sabin implementou uma série de medidas de enfrentamento à pandemia na região. Além de redobrar os cuidados básicos com a proteção de colaboradores e pacientes dentro das unidades, a empresa também investiu em unidades específicas para coleta da Covid 19. “Tivemos essa atenção especial com as pessoas que procuravam nosso atendimento e isso foi importante para que os testes fossem realizados com segurança e também entregar laudos rápidos e precisos para isolar pacientes e conter o avanço da doença”, explica. Ainda de acordo com o gestor, desde agosto a procura por exames de covid tem sido menor e a demanda pelos exames de rotina segue crescendo. “As pessoas estão mais conscientes e preocupadas com a saúde e qualidade de vida e diante deste novo perfil é fundamental estar com os exames atualizados”, declarou.