Pará de Minas, na região Centro-Oeste de Minas, tem 1,8 mil km de estradas vicinais – aquelas de terra que permitem o escoamento da produção do agronegócio, responsável por 60% da economia do município. E grande parte delas está em péssimas condições por causa da chuva.
“Aqui há uma operação de guerra para recuperar as estradas. Em alguns casos, é preciso construir novos trechos, já que a estrada original está irrecuperável”, afirma o prefeito Elias Diniz (PSD).
As máquinas do município, segundo ele, trabalham sem parar, inclusive nos fins de semana, para conseguir recuperar o acesso às propriedades rurais. E já tem produtor com dificuldade para alimentar os animais, porque não consegue receber ração.
A região é conhecida pela expressiva produção de suínos e aves, que abastece os mercados em BH, Brasília, Rio de Janeiro e Espírito Santo. E vários granjeiros tiveram prejuízo com as enchentes na região.
“Só um suinocultor aqui do município perdeu, de uma vez, mil animais. O preço da carne de porco já tinha baixado de preço e todos trabalhavam no limite. Acredito que, sem uma linha de financiamento especial ou ajuda do governo, muita gente vai quebrar”, avalia Diniz.
Outro problema é a mortandade de frangos. As aves são muito sensíveis à variação climática e elas podem morrer, por exemplo, com uma grande oscilação de temperatura. De acordo com informações do prefeito Elias Diniz, um avicultor da região perdeu cinco mil animais somente em um dos galpões da granja.
Há ainda o problema da “linha” de produção: na granja existem animais em vários estágios de crescimento até o abate. E, se passar da hora certa, é prejuízo. “A redução do plantel no município é inevitável. Estamos aguardando um levantamento da Emater para apresentar ao governador e à Defesa Civil, para ver como poderemos receber ajuda”, finaliza Diniz.
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