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Projeto da UFMG oferece ‘kit memória’ para auxiliar no luto de mães que perderam bebês

Por Dentro De Tudo:

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Projeto da Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) oferece “kit memória” para mulheres e famílias que perderam bebês durante a gestação, ou logo após o nascimento.

O projeto de extensão “Renascer: cuidados paliativos perinatais”, da Escola de Enfermagem, visa o processamento do luto através da construção de memórias do bebê, utilizando objetos que criam conexão emocional.

São dois kits, um para as perdas gestacionais, e outro kit para o bebê a partir das 22 semanas, quando a criança já apresenta estrutura corporal.

O primeiro kit conta com um par de “borboletas-memória” feitas pela ONG Costurando o Bem, simbolizando a transformação da lagarta em borboleta, como forma de ressignificar o processo de perda do bebê, que é diferente do esperado.

O segundo kit vem com um registro das impressões palmar e plantar, uma mecha de cabelo do bebê, além de uma touca e um sapato, que são vestidos na criança para que a mãe a segure em um momento de despedida, ação que é opcional.

A coordenadora do projeto e professora do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem, Juliana de Oliveira Marcatto, relata que a ação pretende diminuir a invisibilidade validando o luto das famílias, independente da idade gestacional no momento da perda.

“A dor é total, ou seja, material, emocional e espiritual. O kit memória valida a memória desses bebês e torna eles reais, porque eles são muito reais na vida dessas famílias, mas a sociedade não valida essas memórias. A idade gestacional é outra questão emblemática. A sociedade, de maneira geral, usa frases como ‘vocês são novos, vão ter outros filhos’”, conta ela.

Kit com par de “borboletas-memória”, que simbolizam a transformação, é voltaddo para famílias que sofreram perdas gestacionais. — Foto: Acervo pessoal

Ação e treinamento nos hospitais

Ação ocorre no Hospital das Clínicas da UFMG/EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e no Hospital Municipal Odilon Behrens.

O projeto foi oficializado em março deste ano. Em julho foi concluído o treinamento da equipe do HC e, em agosto, concluído o treinamento da equipe do Odilon Behrens. São 150 profissionais que participaram das aulas, aprendendo a auxiliar as famílias a viverem a perda.

No Odilon, a implantação do projeto está em sua fase inicial e, no Hospital das Clínicas, foram realizados cerca de 18 acolhimentos até o momento. Juliana disse que o hospital atende 3 a 4 casos de “síndromes com curta expectativa de vida” por semana.

Ela explica que a equipe que faz o acompanhamento habitual do pré-natal, ao identificar alguma síndrome genética, direciona a família para o projeto. A ação já existia no hospital, sendo executada por alguns profissionais, e foi institucionalizada agora.

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